Militares suspeitos de balear investigadora e matar homem são indiciados

Hoje em Dia
11/05/2015 às 16:16.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:59
 (Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

Três policiais militares foram indiciados pelo envolvimento no caso em que a investigadora civil Fabiana Aparecida Sales foi baleada e o marido dela, Filipe Sales, morreu, em 28 de abril, na região do Barreiro em Belo Horizonte. O inquérito foi concluído e entregue na última sexta-feira (8), pelo Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).   Os militares irão responder por quatro crimes: homicídio qualificado, tentativa de homicídio, fraude processual e disparo de arma de fogo em via pública. Segundo o delegado Alexandre Oliveira, que coordenou as investigações, os policiais militares estavam numa mata, próxima à casa da investigadora, praticando tiro ao alvo. Uma placa utilizada como alvo no treinamento foi apreendida no local.    Ao entregar o relatório, ele solicitou ao Judiciário, novo prazo para anexar laudos periciais ainda pendentes e eventuais diligências.   O terreno, próximo a uma área residencial, muitas vezes é frequentado por usuários de drogas. Fabiana contou que, ainda no período da tarde, enquanto trabalhava, foi informada pela filha, numa ligação telefônica, sobre o barulho de tiros vindos do local. Por volta das 18h, quando chegou em casa, a investigadora ouviu gritos e barulho de tiros vindos do mesmo terreno. Foi quando decidiu ir ao local, junto com o marido, verificar o que estava acontecendo. Nesse momento, foram surpreendidos pelos militares, que dispararam contra o casal.    Conforme o relatório de necropsia, Filipe foi alvo de oito tiros, sendo cinco pelas costas, dois no peito e um na coxa direita. A investigadora também foi atingida por um disparo. Filipe morreu no local e Fabiana foi atendida no hospital e depois de passar por cirurgia, liberada.   Segundo o delegado Alexandre Oliveira, os militares, após o fato, não prestaram socorro à vítima e ainda levaram as armas objetos das investigações, tornando o local do crime inidôneo. Eles seguiram então para o Batalhão da Polícia Militar e só se apresentaram à Polícia Civil cerca de oito horas após o crime, quando foi ratificado o auto de prisão em flagrante por homicídio tentado e homicídio consumado.    As armas usadas pelos policiais militares para o treinamento de tiro, três pistolas calibre 380, eram de uso particular. A Polícia prossegue na apuração sobre a procedência da arma que os militares afirmaram estar em posse de Filipe. Já a investigadora Fabiana portava uma pistola calibre 40 de uso policial.   A assessoria da Polícia Militar informou que não vai ser pronunciar sobre o caso, uma vez que os militares estavam de folga e a paisana, além das investigações serem responsabilidade a Polícia Civil.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por