Minas confirma caso importado de sarampo, e PBH alerta para vacinação antes do Carnaval

Renata Evangelista
26/02/2019 às 10:07.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:43
 (Carlos Bassan/Fotos Públicas)

(Carlos Bassan/Fotos Públicas)

Após seis anos erradicado em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou nesta semana um caso de sarampo no Estado. A infecção foi importada, ou seja, o paciente contraiu a enfermidade em outro local, mas mora em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

O infectado, conforme levantamento da SES, é italiano de 29 anos. Entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano, o homem viajou para a Croácia e Itália. A suspeita é que ele tenha pegado a doença em um desses dois países.

Conforme a Prefeitura de Betim, o paciente teria se mudado para a região do Alcides Braz, em 10 de janeiro, para trabalhar em Juatuba, também na Grande BH. Após a suspeita da doença, ele foi internado em um hospital particular da capital. Nem a prefeitura de Betim nem a SES passaram detalhes sobre o estado de saúde dele.

A doença foi confirmada após dois exames de biologia molecular realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além desse caso confirmado, 77 estão em investigação, de acordo com boletim da SES-MG, divulgado nessa segunda-feira (25). Ao todo, de janeiro de 2018 até o momento, foram notificados 493 casos suspeitos de sarampo provenientes de 144 municípios no estado de Minas Gerais. Desses, 415 (84,2%) foram descartados.

Bloqueio do vírus

Logo depois da notificação, em 22 de janeiro deste ano, a SES e a Secretaria Municipal de Saúde de Betim informaram que fizeram o bloqueio vacinal nos ambientes em que o paciente frequentou, como o hospital, a residência e a empresa em que o homem trabalha. A imunização foi realizada para impedir a circulação do vírus. "As ações de bloqueio vacinal e pesquisa diagnóstica foram oportunamente realizadas pelas equipes das vigilâncias locais", destacou o Estado. 

Conforme a prefeitura, agentes de saúde também foram à região do bairro Alcides Braz para verificar se os vizinhos do italiano estavam ou não imunizados contra a doença. Aqueles que não tinham tomado a vacina, a equipe administrou o medicamento, na casa da pessoa ou nos postos de saúde. 

A doença 

O último caso confirmado de sarampo em Minas havia sido registrado em 2013, quando dois moradores do Estado pegaram a doença na Flórida, nos Estados Unidos.

O sarampo é um vírus altamente contagioso e a infecção causada por ele pode ter sérias consequências para a saúde, sobretudo das crianças, podendo levar à morte. Por outro lado, a vacina contra a doença é eficaz.

O sarampo é transmitido geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. Os sintomas são febre alta, conjuntivite, tosse e manchas vermelha no corpo. Caso apresente algum dos sintomas, procure imediatamente o serviço de saúde.

Carnaval

No período do Carnaval, época em que turistas de várias partes do mundo vem para o Brasil, inclusive para BH, que neste ano deve receber mais de 4,6 milhões de pessoas, o Ministério da Saúde e a Prefeitura de BH fazem um alerta sobre a importância da vacinação contra o sarampo.

Segundo a PBH, profissionais que atuam na prestação de serviços, como taxistas, motoristas de aplicativos de transporte, trabalhadores de hotéis e do setor de alimentação, principalmente, devem atualizar o cartão de vacina. Não há casos da doença na capital mineira, mas a única forma de evitar a transmissão da doença é se imunizando.
 

Cobertura vacinal em Minas

De acordo com a SES, a última campanha de vacinação contra o sarampo, realizada em agosto de 2018, alcançou 92,86% da população de Minas, na faixa etária de crianças de 1 ano a menores de 5. A cobertura no Estado para a primeira dose (1 ano a 49 anos) é de 82,80% e de 42,13% para a segunda dose (1 ano a 29 anos). 

"Isso significa que 2.612.404 de pessoas não receberam a primeira dose da tríplice viral e outros 5.457.551 não receberam a segunda dose", alertou o órgão. A vacina Tríplice Viral está disponível em todos os postos de saúde durante todo ano. 

Quem ainda não foi vacinado deve procurar o mais rápido possível um Centro de Saúde para receber a dose da Tríplice Viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.  Para a proteção contra o sarampo são necessárias duas doses para quem tem até 29 anos. Para maiores de 29 anos é necessária apenas uma dose. Os viajantes com destino a regiões com transmissão do vírus devem estar com suas vacinas atualizadas antes de viajar.

“Caso a pessoa não possua a caderneta de vacinação, que comprove se foi vacinado ou não, poderá procurar a unidade de saúde onde habitualmente se vacina para solicitar a segunda via do cartão. Mas, se isso não for possível, o indivíduo será considerado como não vacinado, devendo, portanto, ser imunizado com a vacina Tríplice Viral, seguindo recomendação do calendário de vacinação para sua idade”, explicou o coordenador de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES.

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