Minas faz estudos para monitorar chegada da variante indiana do novo coronavírus

Marina Proton*
mproton@hojeemdia.com.br
Publicado em 21/05/2021 às 13:00.Atualizado em 05/12/2021 às 04:59.
 (Freepik/Divulgação)
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A chegada da variante indiana do coronavírus nos estados, incluindo Minas, é questão de tempo. A cepa, responsável pela explosão de casos e mortes no país asiático, pode provocar uma terceira onda da Covid-19 no país. Autoridades de saúde estão em alerta para evitar novo descontrole da pandemia. 

Nessa quinta-feira (20), a mutação do vírus foi identificada em seis tripulantes de um navio em São Luís, no Maranhão. No território mineiro, estudos já estão em andamento para monitorar a possível chegada da variante, segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti. 

"Pegamos as amostras do Estado inteiro e analisamos. A UFMG e a Funed (Fundação Ezequiel Dias) fazem o sequenciamento desses vírus. A vigilância está bem ativa quanto a isso para podermos bloquear esse vírus. Uma nova cepa mais infectante, como a indiana, seria desastroso para todo o país”, disse o chefe da pasta, em entrevista à rádio Itatiaia.

Membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte, Estevão Urbano acredita que a cepa chegará a todo o território brasileiro. “Torcemos para que não seja tão cedo, mas vai depender da capacidade de fazermos a contenção com medidas de restrição sanitária”, afirma o médico.

Além do Brasil, casos também foram registrados na Argentina. Como as notificações são recentes, pouco se sabe sobre a variante. Porém, já é possível atestar o potencial de contaminação.

“É muito preocupante. Aparentemente, está associada com um maior risco de transmissão e agressividade, podendo relacionar-se a casos mais graves, além do aumento da mortalidade. Isso ficou patente pela explosão de casos na Índia, agora em 2021, certamente provocado por essa variante”, afirmou o infectologista.

Segundo o médico, a falta de informações gera incertezas. “Não dá para saber ainda se ela é mais perigosa que as nossas variantes, mas é mais perigosa que a cepa original. Há indícios de que ela possa ser mais transmissível e agressiva. Ela poderia eventualmente causar uma onda muito grande, um grande número de óbitos. Pelo menos na teoria, a preocupação é muito grande”, concluiu.

Por nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que a variante indiana ainda não foi identificada em Minas e que a pasta tem ampliado as ações de vigilância, além de acompanhar as pesquisas da Funed e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pasta reforça, ainda, a necessidade de adoção de medidas de distanciamento social para conter a propagação do coronavírus e minimizar o surgimento de mutações.

* Com Luiz Augusto Barros

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