Minas ocupa terceiro lugar no ranking nacional de registros de invenções

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
03/10/2012 às 06:23.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:45
 (Foco Lisboa/Divulgação UFMG)

(Foco Lisboa/Divulgação UFMG)

Minas Gerais é responsável por apenas 8,8% dos pedidos de patentes feitos no ano passado em todo o país. Mesmo com um número baixo (684), o Estado ocupa a terceira posição no ranking brasileiro de solicitações de registros de invenções ou descobertas feitas ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). São Paulo fica em primeiro lugar, disparado, com 42,45% (3.296) dos pedidos de patentes em 2011. O Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição, com 792.

Um dos motivos para essa disparidade entre os estados está no foco de atuação de cada um deles. “Em alguns locais, a preocupação está voltada apenas para a publicação científica e não para a transformação da mesma em produto”, afirma o Oficial de Ciência e Tecnologia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Ary Mergulhão Filho.

A consequência disso, segundo ele, é que o Brasil produz muito, mas pouco acaba em patente.

Muito do que se pesquisa se perde por causa dessa falta de interesse em transformar estudo em produto. “A academia e o setor privado deviam se abastecer mutuamente. Como isso não ocorre, fica para o governo o incentivo à produção de tecnologia, que ainda não alcança o patamar desejado”, diz Filho.

Domínio estrangeiro
 
Entre a solicitação e a aprovação da patente, ainda há um longo caminho a ser percorrido e muitas invenções e descobertas são barradas nesse percurso.

Apenas 60 pedidos de patentes de Minas foram concedidos em 2011, número que chegou a 725 em todo o Brasil. Em contrapartida, a concessão para não residentes no país ficou em 3.076. Isso significa que a quantidade de produtos estrangeiros que entrou no mercado brasileiro foi muito maior do que a de novas tecnologias nacionais. “Não vou dizer que o número grande de patentes de não residentes é positivo ou negativo. Mas, com certeza, o dado brasileiro é muito ruim, ainda muito aquém da capacidade do país”, afirma o diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (Ctit), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ado Joiro Vasconcelos.

Para o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, a falta de incentivo à pesquisa e o déficit de investimentos públicos e privados tem impactado diretamente na produção científica no Brasil.  “Quando você estimula o estudo e a pesquisa científica desde o início da formação dos estudantes e propicia boas condições desse tipo de trabalho, como acontece na China, o cenário é outro”, diz Palis.
 
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