Minas registra o pior outubro da dengue e entra em alerta para novo ciclo do Aedes

Renata Evangelista
04/11/2019 às 20:30.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:32
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Outubro de 2019 é o pior em casos de dengue já registrado em Minas. Só no mês passado, o Aedes aegypti fez 1.396 vítimas. Neste ano, são mais de 484 mil notificações prováveis – soma das confirmações e suspeitas da doença – e 153 mortes. Os números mostram que o Estado entrou na temporada de chuva, quando a proliferação do mosquito é maior, sem trégua no avanço da enfermidade – apesar da estiagem.

Os dados foram divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Até então, o outubro com mais registros foi em 2015, com 1.287 doentes. Já a epidemia mais severa ocorreu em 2016, com 519 mil infectados e 208 óbitos.Maurício VieiraCenário de abandono às margens do Anel Rodoviário favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue

Alerta

“Por causa da chuva e do calor, Minas Gerais entra em novo alerta”, frisou Márcia Ooteman, coordenadora do Programa Estadual de Doenças Transmissíveis pelo Aedes, da SES. Ela reforça que, a partir de dezembro, começa um novo ciclo do vírus. Apesar dos elevados números de outubro, a servidora disse que os registros de dengue vêm caindo desde junho.

Segundo ela, o Executivo investirá em campanhas para orientar a população sobre os cuidados para se evitar os criadouros do Aedes.

da Saúde

Balanço

As 153 mortes deste ano ocorreram em 47 municípios. O dado, porém, pode aumentar. O levantamento da secretaria aponta que 94 óbitos suspeitos seguem em investigação.

BH tem as maiores taxas de infectados e vidas perdidas. A capital teve 118.071 casos, sendo que 29 pessoas não resistiram.

Diretor de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Eduardo Viana diz que a prefeitura tem conseguido vistoriar a cada 44 dias os imóveis que podem ter focos do mosquito. “Aqueles que são mais suscetíveis, como depósitos, são fiscalizados com mais regularidade, em um intervalo de 15 dias”.

Viana destacou que, além dos agentes de combate a endemias, a PBH utiliza drones. A tecnologia, que começou a ser adotada em setembro, já foi usada nas regionais do Barreiro, Noroeste, Venda Nova e Oeste.

“Mas de nada vale esse trabalho se as pessoas não se sensibilizarem que é fundamental combater o Aedes dentro de casa. O LIRAa (Levantamento Rápido de Índice de Aedes aegypti) mostra que 82% dos focos estão dentro das residências”, explicou.

Quem suja lotes vagos ou outros espaços públicos também contribui para a proliferação da doença. Caso de um terreno às margens do Anel Rodoviário, no Jardim Vitória, região Nordeste. Lá, a reportagem do Hoje em Dia flagrou ontem garrafas, sacolas e recipientes plásticos, capazes de acumular água parada.


 

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