Minas registrou 1,1 milhão de raios em 2014 e é o 2º em número de mortes

Hoje em Dia*
07/01/2015 às 11:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:35
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Minas Gerais é um dos estados que mais registra ocorrência de raios por ano. Em 2014, foram 1,1 milhão de descargas atmosféricas. O dado alarmante é que o Estado é o segundo no número de mortes. Foram 130 óbitos entre 2000 e 2013, segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

A última vítima, que ainda não engrossou o balanço, foi de William Carvalho, de 44 anos. Ele trabalhava em um fazenda no povoado de São José das Rosas, em Santo Antônio do Montes, região Centro-Oeste, quando foi atingido por uma descarga elétrica. O caso ocorreu em outubro de 2014 e foi o primeiro do atual período chuvoso, que se estende até abril deste ano.

De acordo com o meteorologista da Cemig, Arthur Chaves, a incidência de descargas atmosféricas durante o período chuvoso é maior devido as pancadas de verão. Conforme ele, devido as condições geográficas, os raios são mais comuns nas regiões Sul, Zona da Mata e Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Cuidados

Antonio Saraiva, pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, orienta que em caso de relâmpagos, as pessoas evitem ficar em locais abertos, mesmo quando ainda não há uma tempestade em curso.

Segundo ele, é preciso ir para algum lugar fechado e jamais se abrigar sob árvores, perto de cercas ou ao lado de veículos. "Raramente uma pessoa é atingida diretamente por um raio. Na maior parte dos casos, as pessoas são atingidas por correntes indiretas. A radiação do raio se propaga pela praia, tanto pela água como pelo chão e, ao atingir a pessoa, produz o efeito conhecido como diferença de potencial, fazendo com que ela seja eletrocutada", explicou.

Aparelhos eletrônicos

Para evitar que tempestades danifiquem equipamentos elétricos, alguns cuidados básicos são recomendados. O engenheiro de Tecnologia e Normalização da Cemig, Demétrio Venício Aguiar, orienta que os aparelhos sejam retirados das tomadas, evitando riscos de queima ou à segurança das pessoas.

“Apesar da rede elétrica possuir dispositivos de proteção contra sobretensões, durante as chuvas o raio pode cair nos fios da rede elétrica e, apesar de remota, existe a possibilidade de chegar às residências por meio da fiação, podendo atingir os aparelhos e até os moradores se estiverem em contato com eles”, destaca.

Outro ponto importante é que, durante períodos de rajadas de ventos e descargas atmosféricas, as antenas de TV podem se desregular. “Se isso acontecer, ninguém deve subir nos telhados para ajustá-las, pelo risco de queda, de choque elétrico e de ser atingido por um raio”, explica.

De acordo com o engenheiro, se houver a necessidade de utilizar o telefone durante as tempestades, a melhor opção é o celular, desde que o aparelho não esteja plugado na tomada, ou o telefone sem fio. Porém deve-se evitar a permanência em lajes altas ou locais descampados, independentemente de estar ou não com os aparelhos.

"Caso alguém se depare com um cabo partido, é imprescindível que se mantenha distante do local, se possível não permitindo que outras pessoas se aproximem, e ligue imediatamente para o Fale com a Cemig, no telefone 116, que funciona 24 horas por dia", concluiu.

Demétrio Aguiar alerta, ainda, para os danos que as descargas elétricas podem provocar no corpo humano. “O raio provoca queimaduras gravíssimas e pode provocar parada cardiorrespiratória, que pode levar a pessoa à morte’, alerta.

*Com informações da Agência Estadão Conteúdo 

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