Minas tem 1,2 mil casos de dengue por dia; BH abre unidade para hidratação

Rosiane Cunha, Malú Damázio e Bruno Inácio
22/04/2019 às 21:01.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:20
 ( Riva Moreira)

( Riva Moreira)

Minas Gerais tem, em média, 1.256 casos de dengue por dia. De janeiro até esta segunda-feira (22) são 140.754 notificações. Em apenas uma semana, a quantidade de doentes subiu mais de 19 mil no Estado. Ao todo, 14 pessoas já morreram em decorrência da enfermidade e outros 57 óbitos são investigados no território.

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no mesmo dia em que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) inaugurou uma Unidade de Reposição Volêmica (URV) na cidade, oferecendo hidratação com soro para pacientes que não precisam de internação. No local são 25 leitos, todos ocupados apenas na primeira hora de abertura.

A sala fica na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul e funcionará sem interrupções, durante as 24 horas do dia. Pessoas com sintomas de dengue atendidas nas outras oito UPAs da metrópole serão encaminhadas para o espaço.

Segundo a PBH, não há previsão de aumento dos leitos na Unidade de Reposição Volêmica. Para atender à demanda, centros de saúde da capital continuam com funcionamento aos sábados

Avaliação

Quem tem a enfermidade acredita que a medida pode ser positiva, caso o atendimento ocorra de forma mais ágil. “Se colocarem profissionais capacitados que possam identificar mais rápido se alguém tem dengue ou não, sem ter a necessidade de ela ir ao médico mais de uma vez pelo mesmo motivo, vai ser bom. Muitas vezes procuramos ajuda, somos medicados, os sintomas somem por um tempo e depois voltam. Aí precisamos precisa ir de novo ao posto”, frisa a cabeleireira Diana Nascimento, de 25 anos.

A operadora de terminal Jennifer Emily Costa, de 23, lembra que chegou a procurar um centro de saúde na última semana, mas os sintomas pioraram. Depois de conseguir atestado de dois dias, ela chegou a voltar ao trabalho, mas as dores no corpo ficaram mais intensas. “Vim direto na UPA dessa vez, porque foi a orientação que recebi no posto. Será bem melhor ter leitos separados. Ficar aqui na cadeira com o corpo todo doendo e a cabeça também só piora a situação, é ruim demais”, diz.

Sentada na sala de espera, a auxiliar de serviços gerais Brenda Goudinho, de 33 anos, mal consegue falar. Ela foi levada para o serviço de emergência pelo marido, Pablo Silva, de 35. Segundo ele, os sintomas começaram no feriado, mas só ficaram mais intensos ontem. “Conhecemos muitas pessoas com dengue, é importante que o poder público tenha, além das ações de combate à epidemia, políticas voltadas para quem já está com a doença”, afirma.

No território

Das 14 mortes causadas pela doença, seis foram registradas em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), conforme o boletim epidemiológico divulgado ontem pela SES. Os outros óbitos foram em Arcos (região Centro-Oeste), Ibirité (Grande BH), Uberlândia e Frutal (Triângulo) e Paracatu e Unaí (Noroeste).

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