Minas tem 51 casos de sarampo em investigação; quase 4 milhões de mineiros não são vacinados

Cinthya Oliveira
07/08/2019 às 15:04.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:53
 (Carlos Bassan/Fotos Públicas)

(Carlos Bassan/Fotos Públicas)

Minas Gerais investiga 51 casos prováveis de sarampo neste ano; quatro pessoas já tiveram diagnóstico confirmado para a doença. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nesta quarta-feira (9), que apontou 190 notificações de sarampo em 73 municípios neste ano. Porém, exames laboratoriais indicaram que 135 desses casos (71%) foram descartados para a doença.

A secretaria reforça a importância da aplicação de duas doses de vacina tríplice viral em toda a população, já que atualmente o país enfrenta surtos de sarampo em São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Além disso, alguns casos isolados foram identificados em Santa Catarina, Amazonas e Roraima.

De acordo a secretaria, Minas apresenta cobertura de 74,14% em pessoas com uma dose da tríplice viral - levando-se em conta dados de 1997 a fevereiro de 2019. A faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano, com 98,31%. Já a faixa de idade de 40 a 49 anos apresenta a menor cobertura, com 39,57%. Estima-se que, no Estado, mais de 3,92 milhões pessoas entre 1 e 49 anos de idade ainda não foram vacinadas com uma dose contra o sarampo.

Já com relação à segunda dose, a cobertura vacinal cai para 41,43%. Nesse caso, a faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano de idade, com 81,51% e a faixa com menor é a de 20 a 29 anos, com cobertura de 3,74%. Já a estimativa de não vacinados no Estado de Minas Gerais sem duas doses da vacina dentro da faixa de idade de 1 a 29 anos de idade é de 5.476.932 pessoas. Importante lembrar que a segunda dose é fundamental para garantir a imunidade para a doença.

Veja como é o esquema vacinal para quem ainda não foi imunizado contra o sarampo:SES-MG / N/A

Indivíduos de 2 a 29 anos, caso não tenham nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverão receber duas doses com intervalo de no mínimo 30 dias da primeira dose. Gestantes com até 29 anos, caso não tenham nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverão receber no pós-parto duas doses com intervalo de no mínimo 30 dias da primeira dose (a vacina não pode ser aplicada em mulheres grávidas).

Pessoas de 30 a 49 anos, caso não tenham nenhum registro de dose da vacina tríplice ou tetraviral, deverão receber apenas uma dose.

Vacina para bebês

A situação em alguns locais do país é tão preocupante que o Ministério da Saúde fez um alerta aos pais, mães e responsáveis que vão viajar com os filhos de seis meses a menores de um ano de idade para 43 municípios em situação de surto ativo do sarampo no país. A recomendação é que todas essas crianças, nesta faixa etária, sejam vacinadas contra a doença, no período mínimo de 15 dias, antes da data prevista para a viagem.

A chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela.

Mesmo com o avanço do sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde adiou a chamada Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente, que acontece todo ano e estava prevista para o período de 5 a 23 de agosto deste ano.

O motivo, segundo o órgão, foi a reprovação no teste do Instituto Nacional Controle Qualidade em Saúde (INCQS) de lote de vacinas pentavalente do laboratório indiano, Biologicals E. Limited. "A fim de manter a regularidade dos estoques nacionais e ofertar a pentavalente em tempo hábil à população, técnicos do MS se reuniram com representantes da Organização Pan americana de Saúde (Opas) para definição de novas entregas ao Brasil”, explicou.

A doença

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorreia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar a óbito.

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