Mineira de BH pode ser a primeira paciente do Brasil a importar remédio com substância da maconha

Thais Oliveira - Hoje em Dia
27/08/2014 às 16:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:58
 (Facebook/Reprodução)

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A 13ª Vara da Justiça Federal, em Minas Gerais, tomou, nessa sexta-feira (22), uma decisão inédita no Brasil. Juliana de Paolinelli Novaes, residente em Belo Horizonte, poderá ser a primeira paciente brasileira a conseguir importar o medicamento Sativex. O remédio é feito à base de Tetrahidrocanabinol (THC), substância química fabricada pela maconha. A importação da substância é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  A decisão é do juiz federal substituto Valmir Nunes Conrado.    Juliana tem dores crônicas e espasmos, causados por um problema na coluna. De acordo com o juiz federal, a decisão, movida contra a Anvisa, foi tomada após a apresentação de um laudo médico que atesta que o Sativex é o único medicamento capaz de trazer mais qualidade de vida à paciente.    Assista ao vídeo e conheça a história de Juliana Paolinelli, estudante de BH com dores crônicas que tornou-se a primeira pessoa no Brasil com autorização para importar Sativex, extrato de maconha contendo THC:     Segundo Juliana, a autorização foi concedida um dia depois que ela entrou com a ação na Justiça. “Resolvi entrar na Justiça porque o processo de autorização da Anvisa é muito demorado”, afirmou. Ela explicou que, no Brasil, outras pessoas já conseguiram autorização para importar o Canabidiol (CBD). “Mas esse é um outro componente da maconha. A autorização da importação do THC é inédita”, afirmou.   Conrado explicou que a Anvisa será notificada nos próximos dias e, provavelmente, irá recorrer da decisão, pois cabe recurso por ser uma liminar de Primeira Instância.  “O caminho natural agora é a Anvisa pedir uma perícia médica em relação às propriedades do remédio para atestar a eficiência da substância”, disse. “Com certeza essa decisão, abrirá precedentes, já que as pessoas tomarão conhecimento e podem querer recorrer à Justiça”, completou.   Segundo a Anvisa 72 pedidos para o uso de outros medicamentos com componentes da maconha, porém em menor quantidade, já foram levados à pasta federal. Cinquenta foram atendidos.

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