Mineiro é premiado por criar aplicativo que ajuda na harmonia entre pedestres e motoristas

Renato Fonseca - Hoje em Dia*
23/10/2015 às 07:01.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:11
 (Wanderley Affonso)

(Wanderley Affonso)

SÃO PAULO – Carro, ônibus, metrô, táxi, bicicleta ou a pé. Opções não faltam para se locomover em uma grande metrópole, como Belo Horizonte. Porém, acertar na escolha para chegar a tempo no compromisso, evitando congestionamentos e o inevitável estresse, nem sempre é tarefa fácil. Na tentativa de indicar a melhor decisão, um mineiro desenvolveu tecnologia capaz de ajudar pedestres e motoristas a conviver em harmonia com o trânsito.

Sistema gratuito, disponível na internet ou por meio de aplicativo para celulares, o MOBQI (Mova-se com inteligência) mostra ao usuário as melhores rotas, rastreia linhas de ônibus, fornece dados sobre o tráfego em tempo real e disponibiliza o preço de combustíveis, dentre outras utilidades. O criador do projeto, Ernani Machado, foi um dos vencedores do Desafio São Paulo Mobilidade.

O prêmio, oferecido pela Ford, foi entregue nessa quinta (22) na capital paulista durante o seminário Mobilidade Urbana, também organizado pela montadora. Ernani Machado ficou em segundo lugar, atrás do paulista Gabriel Araújo, criador do aplicativo Muvall. O terceiro colocado foi Felipe Melz, de Porto Alegre, que ajudou a desenvolver o Vita. Todas as tecnologias buscam alternativas ao trânsito com a integração de vários modais.

MOBQI

Moradores de BH, São Paulo e Rio de Janeiro já contam com todas as funcionalidades do MOBQI. Foram mais de 27 mil downloads, sendo 17 mil na metrópole mineira. “Quando me perguntam por que desenvolvi esse sistema, respondo com outra pergunta: por que milhares de pessoas não desenvolveram? O trânsito é hoje o maior problema das grandes cidades brasileiras”, afirma Ernani Machado.

Preço médio da corrida e o melhor caminho estão entre as possibilidades oferecidas a quem for utilizar um táxi. Pedestres e ciclistas, recebem, além do trajeto ideal, relatórios sobre quilômetros percorridos e as calorias perdidas durante a caminhada. “É muito simples o uso. A pessoa indica o local e o sistema mostra qual opção. O motorista, por exemplo, saberá qual posto de combustível é mais próximo e os preços de cada um”, reforça Machado.

Já o passageiro do transporte coletivo pode verificar o tempo de espera do ônibus, o valor da passagem e a capacidade do veículo. A precisão é de 83% em Belo Horizonte, e os dados são baseados em um software da empresa JMM Tech – responsável pelo projeto – e no cruzamento de várias informações de diferentes órgãos, como a própria BHTrans.

Confiante, Machado diz que o aplicativo será, em um futuro, o maior sistema já criado no mundo focado em mobilidade urbana e projeta números ambiciosos. “Até o fim do ano que vem espero ter mais de 1 milhão de usuários”, acrescenta o mineiro.

Inovação

O vice-presidente de assuntos corporativos da Ford, Rogério Golfard, destacou que o desafio da mobilidade em todo o mundo é grande, mas as inovações tecnológicas oferecidas atualmente são cada vez maiores. “Temos sido surpreendidos a todo momento. São ferramentas potentes e capazes de oferecer soluções para melhorar a vida das pessoas”, afirma.

Para a diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (IPTD), Clarisse Linke, é preciso rever o uso do transporte público. “Ele precisa ser expandido e qualificado, pois atualmente é muito ruim. Toda essa inovação está cada vez mais presente na vida dos motoristas dos carros de passeio, mas ainda não no transporte coletivo”.

* O repórter viajou a convite da Ford.

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