Mineiro fica preso por oito meses no lugar de assaltante de São Paulo

Thais Oliveira - Hoje em Dia
05/11/2014 às 21:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:55

Um homem ficou preso por cerca de oito meses equivocadamente, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte. O pedreiro José Ricarte Rodrigues, de 31 anos, teve a certidão de nascimento roubada por um assaltante de Rio Claro, em São Paulo. O criminoso chegou a cumprir cerca de dois anos e meio pelo assalto em regime fechado. Quando conseguiu o regime semiaberto e foi autorizada a sua saída temporária, ele fugiu e não retornou mais ao presídio.   A luta de José Ricarte começou em setembro de 2013, quando a Polícia Militar o abordou e constatou o mandado de prisão em aberto em seu nome. O pedreiro foi, então, levado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Contagem. Somente em maio deste ano, ele conseguiu a liberdade condicional.   José Ricarte contou para o seu advogado Dino Maraglia que, na juventude, foi amigo do criminoso. Esse homem teria roubado a sua certidão de nascimento e, com ela, fez uma série de documentos em nome de José Ricarte.    “A família dele me procurou desesperada dizendo que José Ricarte nunca havia ido à São Paulo. Então, entrei em contato com o presídio de Rio Claro e solicitei a ficha de entrada do assaltante no sistema prisional. Nessa ficha, tem todas as características do preso”, explicou Maraglia. Conforme o advogado, o assaltante tem uma tatuagem de carpa e outra de palhaço, essa última é uma referência no mundo do crime a matadores de policiais. O José Ricarte que estava preso em Contagem não tem nenhuma das duas tatuagens em seu corpo.   A inocência do pedreiro, porém, somente foi comprovada depois que as suas impressões digitais foram comparadas com a do assaltante. Até esse momento, o advogado conta que foi uma burocracia. “Somente na terceira vez que pedi que as impressões do meu cliente fossem levadas para o Instituto de Criminalística de São Paulo é que consegui o laudo”, afirmou.   Agora, a Vara Criminal que condenou o homem que usava o nome de José Ricarte expediu um novo mandado de prisão. “Por isso, vou nesta quinta-feira à São Paulo para pedir ao juiz que ele dê um documento que comprova que o meu cliente é inocente. Isso porque, se ele for abordado, pode ser preso equivocadamente novamente”, disse Maraglia. O motivo, explicou o advogado, é que o nome do verdadeiro bandido é desconhecido por José Ricarte, pela polícia e pela Justiça. “Ele era conhecido por um apelido na época que teve contato com o José Ricarte. O  nome mesmo ninguém sabe”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por