Ministério da Agricultura identifica sete lotes da cerveja Backer contaminados por dietilenoglicol

Rosiane Cunha
rmcunha@hojeemdia.com.br
15/01/2020 às 19:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:18
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou na tarde desta quarta-feira (15) que subiu para sete o número de lotes contaminados de cervejas da Backer com a substância tóxica dietilenoglicol. Segundo a Pasta, são seis lotes da Belorizontina e um lote da cerveja Capixaba.

Confira quais são:MAPA/Divulgação 

Amostras recolhidas em tanques da fábrica no bairro Olhos D'Água, na região Oeste de Belo Horizonte, por técnicos do Mapa, indicaram a presença de https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/cidades/%C3%A1gua-usada-na-produ%C3%A7%C3%A3o-das-cervejas-da-backer-estava-contaminada-cervejaria-pode-perder-registro-1.767112 na produção de cervejas. A fiscalização identificou ainda um uso elevado desses produtos no sistema de refrigeração. Conforme o Mapa, 15 toneladas de monoetilenoglicol foram compradas pela cervejaria desde 2018, com picos em novembro e dezembro de 2019. Como a refrigeração é um sistema fechado, em princípio, não haveria justificativa para essa aquisição em grande escala.

O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do ministério, Carlos Müller, informou que todo o processo de fabricação está sendo periciado e que, por enquanto, há três hipóteses sendo investigadas: sabotagem, vazamento e uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de refrigeração do sistema.

Os técnicos também disseram que os controles de produção demonstram que os https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/cidades/quem-consumiu-cervejas-de-lotes-contaminados-pode-receber-indeniza%C3%A7%C3%A3o-diz-procon-1.767123 por distintos tanques, não estando restrita ao tanque 10, onde supostamente teria sido produzida a marca Belorizontina. Uma nova rodada de amostras está sob análise dos laboratórios federais agropecuários e os resultados serão divulgados em breve. 

"É importante ressaltar que não existem limites aceitáveis para a presença das substâncias em alimentos", destacou Müller. "Temos [força-tarefa] que ir atrás de como ocorreu esta contaminação", acrescentou. 

A Backer, que responderá a um processo administrativo, ficará fechada por tempo indeterminado e seus produtos só poderão voltar a ser comercializados após o Mapa comprovar a normalidade do sistema de produção da empresa. 

Em Nota, a Backer reafirma que nunca comprou e nem utilizou o dietilenoglicol em seus processos de fabricação e reforça que a substância empregada pela cervejaria é o monoetilenoglicol, cujas notas fiscais de aquisição já foram compartilhadas com a Polícia Civil e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

"Nos últimos dois anos, a Backer precisou aumentar a compra de monoetilenoglicol para atender a demanda de ampliação constante da sua planta produtiva. No período, foram adquiridos 29 novos tanques de fermentação. A Backer aguarda os resultados das apurações e continua à disposição das autoridades", diz o comunicado.

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