(Marcelo Prates/Arquivo Hoje em Dia)
O Ministério Público do Trabalho em Belo Horizonte (MPT-MG) colheu, nesta quarta-feira (17), depoimentos de diretores e gerentes da Vale sobre as condições de segurança nas nove barragens interditadas pela auditoria fiscal do Trabalho, após terem seus níveis de emergência reclassificados pela empresa para 2 e 3 – sendo o nível 3 indicador de risco iminente de rompimento.
As barragens interditadas pelo MPT estão localizadas em cinco minas nas cidades de Ouro Preto, Itabirito, Nova Lima e Barão de Cocais.
De acordo com o órgão, a documentação apresentada pela empresa será analisada pelo Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF), constituído para atuar na investigação de barragens interditadas. O órgão já adiantou que, em princípio, os documentos podem ser classificados como insuficientes por apresentarem, em sua maioria, ações de monitoramento e não ações específicas de proteção dos trabalhadores envolvidos.
O MPT afirma que reiterou à mineradora a necessidade de se respeitar as interdições, considerando o risco grave e iminente de rompimento nas barragens. Ressaltou ainda que as atividades emergenciais, necessárias à elevação dos níveis de segurança, só poderão ser executadas desde que adotadas medidas de proteção adequada a segurança de trabalhadores envolvidos.
O rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, levou 230 pessoas à morte, muitas delas trabalhadoras contratadas ou terceirizadas da Vale. Outras 47 estão desaparecidas.
A Vale informou que tem respeitado todas as determinações judiciais e está discutindo com as autoridades competentes as medidas de segurança necessárias para as atividades emergenciais.
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