Ministério Público quer análise técnica de viadutos com irregularidades em BH

Raquel Ramos - Hoje em Dia
17/04/2015 às 21:31.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:41
 (Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

Logo após ter acesso ao documento em que constam os problemas detectados em cinco viadutos da avenida Pedro I, o Ministério Público informou que fará uma análise técnica própria a fim de se assegurar sobre a estabilidade dos elevados. A notícia foi dada pelo promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (17).   “Segundo a Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), correções são necessárias apenas para evitar fissuras nas estruturas e para aumentar a durabilidade da obra. Nesse momento, por falta de conhecimento técnico de engenharia, confiamos na responsabilidade da administração pública”. Ainda assim, um novo estudo deve ser feito pelo órgão, até mesmo para que sirva de apoio para eventuais futuras providências.   Levantamento   Conforme relatório de auditoria realizado pela empresa de consultoria RCK, sob encomenda da Prefeitura de Belo Horizonte, erros de cálculos e outros problemas de engenharia foram constatados nos viadutos Oscar Niemeyer, Monte Castelo e no elevado da avenida João Samaha.   Para Clemenceau Chiabi, presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG), as conclusões dos técnicos podem ter sido motivadas por uma alteração recente de uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que trata de projetos de estruturas de concreto.   No entanto, o promotor Eduardo Nepomuceno garante que o problema é muito maior. “É evidente que houve muitas falhas, não se trata de uma mera atualização da norma”.   Intervenções   Os viadutos Montese e João Nogueira, também localizados na Pedro I, já foram alvo de reparos. Nos próximos 60 dias, a empresa RCK deve apresentar o projeto executivo para a correção dos outros três elevados. Os trabalhos custarão aos cofres públicos cerca de R$ 800 mil.    “A Sudecap assumirá as despesas porque não podemos esperar. Posteriormente, vamos levantar as responsabilidades de cada um dos envolvidos para cobrar o ressarcimento”, informou Nepomuceno.   Ele ressalta, porém, que a prefeitura também tem uma parcela de culpa. “Foram eles que aprovaram o projeto executivo realizado pela Consol e deixaram de fiscalizar a execução das obras. Esse rigor que estão tendo agora já é tardio”.   De qualquer forma, o Ministério Público já estuda que medidas devem ser tomadas contra as construtoras responsáveis pelas obras dos viadutos na avenida Pedro I. Segundo o promotor, existe a possibilidade de que ambas sejam proibidas de disputar futuras licitações.   Sobre as acusações, a prefeitura informou que só se manifestará após todo o processo ser concluído na Justiça. Representantes da Consol Engenharia não foram localizados para comentar o assunto.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por