O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta sexta-feira (8), que instaurou procedimento para investigar a estabilidade e a segurança do maior complexo de barragens de rejeitos do país, localizado em Paracatu, no Noroeste de Minas.
Segundo os promotores, moradores da cidade e região questionam a segurança dessas barragens e estão preocupados com os riscos, tanto para os distritos rurais das imediações quanto para a bacia hidrográfica do São Francisco, que seriam afetados diretamente, assim como na tragédia de, na Região Metropolitana de Belo Horizonte ocorrida em 25 de janeiro e que até o momento já deixou 157 mortos.
Com licenças de instalação e funcionamento aprovadas pelo Estado, o sistema integra as operações de mineração de ouro sob a responsabilidade da Kinross Brasil Mineração.
A Justiça pretende verificar também as melhores tecnologias disponíveis no mercado para a segurança hidráulica dessas barragens, uma vez que no complexo é usado o modelo de alteamento a jusante, método onde a fundação é no terreno natural, firme.
Os promotores informaram que mesmo com a apresentação de laudos que atestem a estabilidade e a segurança do complexo minerário, é preciso esclarecer a situação do empreendimento “inclusive em relação à tecnologia de disposição de rejeitos, uma vez que a tragédia de Brumadinho tem intrigado tanto a população quanto as autoridades brasileiras”.
A reportagem do Hoje em Dia tentou contato com a mineradora, mas ninguém atendeu as chamadas.
*Com informações do MPMG
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