Missa, homenagens e protestos marcam um mês da tragédia em Brumadinho

Mariana Durães
25/02/2019 às 10:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:42
“É com perplexidade que recebemos a notícia. É revoltante saber que desembargadores do TRF-6 reconheceram, deram efetividade ao habeas corpus apresentado pelo ex-presidente da Vale, que, sim, era conhecedor de que a barragem era instável”, disse a presidente da Avabrum, Andresa Aparecida Rocha Rodrigues (Flávio Tavares/ arquivo Hoje em Dia)

“É com perplexidade que recebemos a notícia. É revoltante saber que desembargadores do TRF-6 reconheceram, deram efetividade ao habeas corpus apresentado pelo ex-presidente da Vale, que, sim, era conhecedor de que a barragem era instável”, disse a presidente da Avabrum, Andresa Aparecida Rocha Rodrigues (Flávio Tavares/ arquivo Hoje em Dia)

Missa, homenagens e protestos marcam um mês do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, que deixou pelo menos 179 mortos e outros 131 desaparecidos. O primeiro ato acontece por volta de 12h na ponte sobre o rio Paraopeba. Líderes religiosos vão orar silenciosamente para vítimas e profissionais envolvidos nos resgates e buscas. 

No mesmo horário, o Movimento Atingidos por Barragem (MAB) se reúnem no Parque Cachoeira. Depois, seguem para o centro urbano do município, onde fazem ato no monumento no trevo de entrada às 14h. O protesto finaliza em BH, às 17h, em um cortejo que vai da Praça 7, na região central, até a Praça da Liberdade, na Centro-Sul.

Às 18h, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside oração e bênção da pedra fundamental do memorial que será construído no centro da cidade. Depois, fiéis realizam procissão até à igreja São Sebastião, matriz de Brumadinho, onde 
uma missa será realizada pelo Núncio Apostólico no Brasil, dom Giovanni D’Aniello, às 19h30. Durante a celebração, o projeto do monumento será apresentado à população. 

Chamado de "Minas de Esperança", o memorial será edificado na rua Alberto Cambraia, 140, onde funciona o Centro de Formação de Líderes do MAB. Com aproximadamente 20 metros de altura, o prédio terá seis sinos, que tocarão sempre às 12h28, hora em que a barragem se rompeu. Na base da estrutura estarão os nomes de todas as vítimas.  

Buscas

Quatro semanas após a tragédia, as buscas por vítimas continuam. Além dos 93 militares mineiros, 25 bombeiros de outros estados apoiam a operação, assim como seis cães farejadores. A previsão é de que 54 máquinas estejam em operação, entre escavadeiras, retroescavadeira e caminhões.

Neste momento em que a lama está mais firme, os trabalhos passam por revolver os rejeitos e identificar corpos e fragmentos. Neste 30º dia, são 14 frentes espalhas em variados pontos, como área administrativa (estacionamento, refeitório, vestiário), área de remanso (áreas de acúmulo de rejeitos), área da ITM.

No domingo (24), o grupo Movimento Águas e Serra de Casa Branca realizou um ato em memória das vítimas em frente ao Memorial da Vale, na Praça da Liberdade, região Centro-Sul de BH. Cruzes brancas foram pregadas no asfalto e violinistas tocaram músicas. 

Ambientalistas, artistas e moradores da região fizeram um minuto de silêncio, que foi seguido por gritos de palavras de ordem contra a empresa e mineração. Além disso, uma sirene ecoou, lembrando o sinal sonoro que não foi acionado no momento do rompimento da barragem. 

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