Monitoramento da prefeitura aponta 'nível amarelo' para a Covid-19 e frustra expectativa da CDL

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
15/05/2020 às 16:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:31
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

Após o anúncio do funcionamento das lojas consideradas não essenciais do Mercado Central de Belo Horizonte a partir desta segunda-feira (18) – bares continuarão fechados –, a Câmara dos Dirigentes Lojistas da capital mineira (CDL-BH) emitiu uma nota elogiando essa decisão da Prefeitura de BH e afirmando que, com esse exemplo, seria possível antecipar a reabertura do comércio, prevista para o dia 25. No entanto, o 1º Boletim de Monitoramento com termômetro da Covid-19, divulgado pela PBH nesta sexta-feira (15), emergiu como um “banho de água fria” à CDL.

O informativo feito pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte sinaliza atenção à expansão da epidemia; a data para início da reabertura gradual do comércio na capital segue mantida para 25 de maio, mas pode ser alterada.
 
“1º- Número médio de transmissão por infectado (Rt), que no período ficou em 1, 09 (amarelo). O Rt é o índice básico de reprodução que indica quantos novos casos de infecção se originam, em média, a partir de uma pessoa que já está infectada; 2º- Ocupação de Leitos UTI Covid-19: 49% (verde); 3º- Ocupação de leitos de enfermaria Covid-19: 30% (verde)”, são os resultados divulgados. Os dados podem ser conferidos no site da PBH.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Pinto, é preciso ver os resultados com “cautela”. Ele admitiu ainda que se houver uma tendência de aumento de velocidade de transmissão, será necessária uma nova data de reabertura do comércio.

“Diante dessa volatilidade nos números, pedimos ajuda da população para o uso correto de máscaras, do álcool e rigor no isolamento. A data de abertura depende do compromisso de toda a cidade em colaborar para que tenhamos maior controle na transmissão”, disse o secretário.

CDL

Mais cedo, a CDL havia emitido uma nota em que ansiava a antecipação da reabertura gradativa do comércio.

“Já estamos trabalhando junto aos setores de comércio e serviços para que retornem de forma segura. Os estabelecimentos estão preparados para abrir suas portas adotando normas e procedimentos que atendam às recomendações das autoridades de saúde. Assim como aconteceu no Mercado Central, entendo ser possível abrir gradualmente outros segmentos dos setores de comércio e serviços”, disse o presidente da CDL, Marcelo de Souza e Silva, em um trecho na nota.

Ainda segundo o texto, a CDL diz que “é possível promover a reabertura gradual e segura do comércio da cidade antes do dia 25, como está atualmente previsto”.

A reportagem entrou em contato com a PBH para falar a respeito da nota da CDL. Por meio de sua assessoria, o poder executivo municipal preferiu reiterar as medidas do Mercado Central. “A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que está ciente da reabertura dos estabelecimentos que estão enquadrados no decreto municipal. O Mercado Central irá adotar medidas de restrição para controlar o número de pessoas que irão entrar no local. A PBH salienta ainda que os bares e restaurantes permanecerão fechados”.

Fecomércio

A Fecomércio também havia se manifestado a respeito de uma expectativa de antecipação do comércio, por meio de uma nota enviada à reportagem.

"A Fecomércio MG está otimista em relação ao projeto-piloto do Mercado Central, que permitirá, a partir de segunda-feira (18/05), a reabertura gradual de 361 lojas do complexo, à exceção de bares e restaurantes, que continuam com o atendimento por delivery. A iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em um dos mais importantes centros comerciais da cidade, poderá fornecer aos órgãos públicos elementos que deem mais segurança e demonstrem uma nova forma de o comércio trabalhar, desde que seguindo todas as normas de saúde e segurança determinadas pelos órgãos competentes. (...) A elaboração de um cronograma para a reabertura dos estabelecimentos na cidade traria mais tranquilidade, sobretudo, ao setor de comércio e serviços. Sozinho, ele representa 88,37% dos negócios locais, além de boa parte da arrecadação municipal. O setor terciário também emprega 61,2% da mão de obra formal do município, sendo 170 mil postos de trabalho só no comércio (14,4%)", diz parte do texto.

Mercado Central

O anúncio da reabertura gradual do comércio em BH foi feito na última quinta-feira (14), após uma reunião realizada entre a diretoria do Mercado e a Prefeitura.

Ficou decidido que haverá redução no número de pessoas em circulação no interior do mercado: 370 clientes simultâneos no local (bem distante do movimento diário de 31 mil pessoas, antes do início do isolamento social).

Outras ações serão feitas, como a disponibilização de 16 câmeras do circuito interno de segurança para o Centro de Operações da Prefeitura e um todo um sistema de higienização.

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