Monobloco arrasta multidão no entorno do Mineirão, na despedida do Carnaval

Guilherme Guimarães
gguimares@hojeemdia.com.br
28/02/2017 às 19:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:46

A terça-feira de Carnaval em Belo Horizonte reuniu milhares de pessoas na região da Pampulha, onde o agito e a animação do grupo carioca Monobloco contagiaram os foliões no último dia da folia momesca. 

nsito intenso nas adjacências do estádio Mineirão já indicava a imensa assiduidade do público, que acompanhou, de graça, a apresentação de um dos grupos mais famosos do Brasil. 

Acostumados a arrastar multidões em solo fluminense, principalmente em carnavais, os integrantes do Monobloco sentiram-se em casa na capital mineira. Milhares de foliões se aglomeraram nas ruas próximas ao Mineirão e, contrários à possibilidade de chuva, que chegou a assustar, incendiaram o bairro São Luiz. 

Como a BHTrans e a Polícia Militar fecharam as ruas do entorno do Gigante da Pampulha, os foliões tiveram que subir a pé até a avenida Antônio Abrahão Caram, de onde o trio partiu rumo às vias de acesso ao estádio. 

Pontos Negativos

Por causa da grande aglomeração de pessoas, teve muito folião que encerrou a festa antes do previsto. Insatisfeita com o que chamou de "falta de estrutura da festa", a enfermeira Nathália Moura, de 31 anos, fez muitas reclamações.

"Vi um carro pequeno para comportar um grupo do tamanho do Monobloco. Não conseguimos ouvir o som. Não tinham banheiros suficientes nas ruas. Está uma loucura tudo isso. Poderiam fechar o Carnaval da cidade de uma forma bem melhor", reclamou.

Amante do período carnavalesco, o vendedor Júlio César Souza, de 30 anos, também não gostou da festa realizada em um dos cartões postais da cidade. 

"Festa é sempre bom, mas confesso que um evento muito cheio atrapalha. Meus amigos vieram comigo, não conseguiram se aproximar do trio e, com menos de uma hora, foram embora. Eu também estou indo. É ruim, porque vim com a expectativa de curtir mais e isso não aconteceu", disse.

Mais animado, mesmo com a bagunça, o estudante Mounib Tarmago, de 22 anos, elogiou de uma forma geral o Carnaval na cidade e a festa desta terça-feira (28), mas fez ressalvas. 

"Eu tentei acompanhar o bloco e estava muito lotado. Era impossível se locomover nas proximidades do trio elétrico. A festa poderia estar bem melhor, realmente, se pudéssemos ouvir as músicas", comentou.

Apesar da reclamação pela falta de estrutura, um ponto que foi enaltecido foi a presença de ambulantes e food-trucks. Principalmente na rua Alameda das Palmeiras, se via muitos vendedores de comida e bebida. Guilherme Guimarães/Hoje em Dia / N/A

"Eu amo festa, amo o Carnaval. E amo o Galo", disse dona Ana Cândida, de 96 anos

Vizinhança 

Além do barulho até altas horas da noite durante todo o Carnaval, a intensa movimentação de pessoas e a falta de banheiros químicos tiraram o sono e a tranquilidade das pessoas que moram próximas à concentração do Monobloco.

Portões de casas, árvores, espaço entre os carros, principalmente para as mulheres, e cantos de muros, viraram grandes mictórios, deixando as ruas com cheiro muito forte de urina. 

"Uma moça estava chegando em casa e eu pedi pelo amor de Deus para usar o banheiro. Não fosse isso eu tinha feito xixi na calça", comentou uma foliã em uma conversa com um grupo de amigos.

Uma moradora da rua Artur Itabirano, próxima ao local onde o trio do Monobloco concentrou os foliões, reclamou da bagunça. Sem se identificar, ela se incomodou também com o uso de drogas por alguns foliões.

"Muita gente usa droga aqui na rua. Para nós, que temos filhos menores, isso não é legal. Tem também o fato de não ter banheiro suficiente para todo mundo", disse. 

Carnaval sem idade 

A conhecida "Vovó do Galo" também caiu na folia. Dona Ana Cândida, de 96 anos, torcedora símbolo do Atlético, curtiu em uma casa próxima ao epicentro carnavalesco da Pampulha, uma festa particular com familiares. A fantasia, como era de se esperar, era a camisa preta e branca do clube do coração. 

"O que vale é ser feliz. O idoso gosta é disso, carinho, companhia. E eu amo festa, amo o Carnaval. E amo o Galo", disse, em companhia da filha e de fãs que pediam para tirar fotos junto da quase centenária atleticana.

Veja as fotos:

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