Montes Claros está sobre falha geológica que provoca tremores

Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
16/08/2012 às 07:14.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:29
 (Dione Afonso/Hoje em Dia)

(Dione Afonso/Hoje em Dia)

MONTES CLAROS – Os tremores de terra em Montes Claros, no Norte de Minas, são consequência de uma falha geológica cuja dimensão ainda não foi identificada. Os especialistas das universidades de Brasília e de São Paulo vão aprofundar os estudos para buscar identificar o porte desta falha, mas tranquilizam a população, garantindo que não há risco de tremores de magnitude superior a 4,5 graus, como ocorreu em 19 de maio deste ano.

O professor George Sand França, um dos autores dos estudos sobre os tremores na cidade, prevê a redução dos abalos sísmicos naturais. Ele acredita que houve uma reativação da falha geológica, que se movimentou, mas que o fenômeno não deve prosseguir com grande intensidade. A maioria dos abalos ocorridos não superou 3 graus na escala Richter, o que significa ser de pouco impacto.

Sand espera que, em novembro deste ano, seja concluída a pesquisa que identificará a origem dos tremores. “As rachaduras criadas a milhões de anos estão reativando por causa da pressão que sofrem. Na verdade, está ocorrendo uma resposta da natureza aos impactos a que foi submetida”.

O professor Expedito José Ferreira, do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros e responsável pela instalação da estação sismológica da cidade, ressalta que é preciso identificar o porte e extensão da falha geológica pois, somente assim, será possível saber a magnitude dos próximos tremores.
O Conselho de Política Ambiental do Norte de Minas foi acionado pelo conselheiro José Ponciano Neto, cobrando esclarecimentos sobre o relatório dos tremores. Segundo ele, a população está inquieta.

Conforme o Hoje em Dia divulgou, ontem, com exclusividade, os oito sismógrafos instalados em Montes Claros identificaram 87 tremores de terra na cidade – 65 deles naturais e 22 provocados por explosões em pedreiras – entre 25 de maio e 17 de julho. As intensidades variaram de 0,1 a 2,7 graus na escala Richter.

Áreas de risco

Na quarta-feira (15), dois geógrafos do Serviço de Geologia do Brasil estiveram em Montes Claros para fazer estudos sobre as áreas de risco da cidade. Eles percorreram 16 pontos identificados pelos Bombeiros como sendo áreas vulneráveis.

O pintor Carlos Alberto Cardoso mora há 13 anos em uma casa no Morro do Frade, com a esposa e três filhos. O imóvel é um dos que apresenta risco de desmoronamento. Basta começar as chuvas para o pintor perder o sono. “Moro aqui por falta de opção”.

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