(Reprodução/Flickr)
Moradores do povoado de Pinheiros, em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram retirados de casa após serem alertados sobre o risco de rompimento da barragem da mina de Serra Azul, que pertence à ArcelorMittal.
Durante a madrugada, funcionários da mineradora bateram nas portas das 52 residências da comunidade informando que a ArcelorMittal havia detectado, durante vistoria, instabilidade da barragem. O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), contou que representantes da empresa entraram em contato informando o problema e, momentos depois, os moradores foram cadastrados e transferidos de local.
A mineradora informou que aproximadamente 200 pessoas que moram a 5 km de distância da barragem foram transferidas para acomodações temporárias. "Os membros da comunidade permanecerão acomodados no novo local enquanto testes adicionais estão em andamento e até que a segurança da barragem de rejeitos possa ser 100% garantida", declarou a ArcelorMittal em nota. Apesar do risco, a Cedec informou que alguns se recusaram a deixar os imóveis e permanecem no povoado.
Precaução
A ArcelorMittal garantiu que tomou a decisão de colocar em prática o plano de evacuação após realizar novas e minuciosas inspeções e auditorias. "Empregando uma metodologia mais conservadora, a auditoria independente responsável pela declaração de estabilidade revisou o último relatório e adotou para a barragem um Fator de Segurança mais restritivo", explicou.
Em caso de colapso da barragem, conforme a própria mineradora, os rejeitos vazariam por, no máximo, 5 km. "Esta é uma medida puramente de precaução, visto que a comunidade se situa a 5 km de distância da barragem. A empresa concluiu que não se pode correr absolutamente nenhum risco, e que, apesar do transtorno para a comunidade, esta é a decisão correta".
Estrutura
A mina de Serra Azul produz anualmente 1,2 milhão de toneladas de concentrado e minério granulado. A barragem de rejeitos, que é do tipo à montante, está desativada desde outubro de 2012. É a única do tipo “à montante” dentre as barragens da empresa. Barragem à montante é o método mais barato e com menor grau de segurança. A barragem é feita a partir de degraus construídos com o próprio rejeito, e erguidos sobre a estrutura inicial.
Barão de Cocais
Também nesta madrugada, uma sirene tocou em Barão de Cocais, na região Central de Minas. Cerca de 500 pessoas das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, que moram próximas à barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, deixaram as casas. A barragem do local pertence à Vale, responsável pela Mina do Córrego do Feijão, que rompeu em Brumadinho matando pelo menos 157 pessoas. Outras 182 seguem desaparecidas.
Infografia mostra os tipos de barragens existentes:
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