Moradores de Macacos se recusam a voltar para casa mesmo com garantia de segurança de imóveis

Simon Nascimento
28/02/2019 às 11:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:46
 (Simon Nascimento/Hoje em Dia)

(Simon Nascimento/Hoje em Dia)

As 21 famílias que foram autorizadas a voltar para casa no bairro São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Grande BH, negaram o retorno às residências. A permissão foi concedida pela Defesa Civil Municipal e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil após um “estudo criterioso” constatar que as residências não seriam atingidas pelos rejeitos da barragem B3/B4 da Vale. A estrutura está localizada no bairro e não teve a estabilidade garantida. 

Na manhã desta quinta-feira (28), as 21 famílias que estão hospedadas em um hotel na região Centro-Sul de Belo Horizonte, receberam uma carta assinada pelo coordenador de Defesa Civil do município, explicando que a retomada aos imóveis está autorizada. Contudo, eles pedem que a Vale emita um laudo assinado por um engenheiro, que garanta a segurança dos imóveis. 

Morador de Macacos há 20 anos, Marcelo Carvalho Passos, de 60, negou-se a receber o documento e informou que não voltará ao imóvel localizado na estrada do engenho. A via foi fechada preventivamente. “Depois de uma semana sem nenhuma satisfação, disseram que eu não estou em área de risco. Mas, o principal acesso à minha casa está fechado. Se querem que eu volte, que pelo menos abram a estrada”, explica. 

Situação parecida é da diarista Adenilde Silva Evangelista, de 30 anos. Ela está com os três filhos de 11, 7 e 4 anos, em um hotel desde que parte do bairro foi evacuada com o risco de rompimento da barragem. “Eu desejo voltar para minha casa. Preciso retornar minha rotina, mas desde que com segurança. Eu estou apavorada, meus filhos estão agitados, estressados”, detalha. 

O coordenador da Defesa Civil de Nova Lima, Marcelo Marques de Sant’ana, informou que todas as famílias estão fora da mancha de inundação da lama. “Não estamos dando ordem para que as pessoas voltem. Mas aquelas que desejarem voltar, podem retornar porque as casas estão em segurança”, explicou. Ainda conforme Marcelo, a condição de volta das famílias ocorreu após um estudo criterioso do dan-break - documento que mostra a área de inundação da lama. 

A Vale foi procurada para saber sobre as exigências dos moradores, mas não se posicionou ainda.

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