Moradores do Mangabeiras cobram medidas imediatas contra "badernas" na Praça do Papa

Letícia Alves - Hoje em Dia
11/02/2016 às 11:18.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:22
 (Letícia Alves)

(Letícia Alves)

Moradores do bairro Mangabeiras, na região Centro-sul, cobram medidas imediatas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em relação às festas com som alto, corridas de rua, uso de drogas e até relações sexuais na Praça do Papa, um dos principais pontos turísticos da capital mineira.

Eles se reuniram na manhã desta quinta-feira (11) na Assembleia Legislativa em uma audiência pública marcada pelo deputado Fred Costa. Também estavam presentes representantes das polícia militar e civil.

"Nós não podemos continuar com uma referencia do turismo na cidade de Belo Horizonte, que é a Praça do Papa, com todas essas práticas ilícitas", afirmou o deputado. Ele ressaltou ainda a necessidade de criação de um ponto fixo da PM no local, câmeras do Olho Vivo, além de melhorias na iluminação e o cumprimento da Lei do Silêncio.

A advogada Maria Aparecida, 68 anos, disse que várias solicitações por meio da associação de moradores foram feitas para a prefeitura e polícia, mas até hoje nenhuma providência foi tomada. "Não há policiamento e nada foi feito até hoje", afirmou. Outra moradora que pediu para não ser identificada disse que se sente presa em casa, com a violência que ronda a praça. "Já coloquei cerca elétrica, alarme. Está uma coisa feia lá".

Falta de articulação
Para o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Minas Gerais, Marco Antônio de Paula Assis, apenas uma operação coordenada dos agentes públicos será capaz de amenizar a situação na praça. “O que nós precisamos é de um pouco mais de afinamento, de conversa entre os órgãos públicos”, disse Assis.

Segundo ele, é preciso que a PM se faça presente, mas também que a Polícia Civil investigue os traficantes, o Juizado Infância e Juventude coíba a venda de bebidas para menores e a prefeitura faça cumprir a Lei do Silêncio.

Propostas
Comandante do 22º Batalhão, tenente-coronel Olímpio Garcia, presente na audiência, defendeu que apenas duas medidas irão resolver o problema. A primeira prevê a realização do Termo de Circunstância de Ocorrência (TOC) pelos policiais militares, reduzindo o tempo para registro do crime. A segunda medida consiste na realização do reconhecimento dos suspeitos no local no crime. “Isso irá tornar o processo mais ágil e liberar a viatura para o policiamento ostensivo”, afirmou Garcia.

As propostas, entretanto, foram consideradas paliativas pelo delegado da Polícia Civil Júlio Campos Zica. “Não vai resolver”, disse. Para ele, é preciso aumentar o efetivo da corporação para agilizar o registro de ocorrências, além da ação dos outros órgãos envolvidos, como a prefeitura.

A prefeitura não enviou representante à audiência, mas informou que os ilícitos devem ser coibidos pelos órgãos de segurança pública e que por causa do agravamento da situação está em contato com outros órgãos para planejamento de ações.  

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