Morre filho mais novo baleado e queimado por ex-padrasto na Pampulha; mãe e irmão seguem internados

José Vítor Camilo
23/04/2019 às 17:24.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:21
 (REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS)

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Não resistiu aos graves ferimentos e morreu, na tarde desta terça-feira (23), um dos jovens irmãos que foram baleados e incendiados, juntamente com a mãe, pelo ex-padrasto de 58 anos, na madrugada da última segunda-feira (22), no bairro Universitário, região da Pampulha, em Belo Horizonte. 

Paulo Henrique Seabra Anísio, de 23 anos, que teve 90% do corpo queimado e ainda foi atingido por um tiro no tórax, estava internado no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, no centro da capital mineira. 

A informação da morte foi confirmada ao Hoje em Dia por amigos da família e também pela assessoria de imprensa da Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil (PC), que investiga o crime. Segundo a PC, detalhes do estado de saúde das outras duas vítimas, que seguem internadas, não são repassadas aos investigadores. A Fhemig, que administra o HPS João XXIII, também não passa informações sobre estado de saúde de pessoas internadas na unidade.

Nas redes sociais, Paulo Henrique deixava transparecer sua paixão pela natureza, publicando sempre fotos em lugares paradisíacos do Brasil e do mundo. 

A mãe dele, Élida Maria Seabra, 57, também teve 80% do corpo queimado e foi atingida por um tiro em uma das mãos. Já o irmão, João Pedro Seabra Anízio, 26, não teve a gravidade de seus ferimentos divulgadas pela Polícia Militar (PM). Mãe e filho seguem internados no HPS. 

O crime

O caso foi registrado pela PM por volta de 0h, quando vizinhos da família, que vivia na rua Cobre, ligaram para a corporação alertando sobre vários disparos de arma de fogo. Quando os policiais chegaram ao local, encontraram a mulher e os dois filhos dela na varanda da casa, todos com queimaduras por todo o corpo e ferimentos de arma de fogo. 

Das três vítimas, somente a mãe continuava consciente. Ela relatou aos policiais que vivia há 18 anos com o suspeito, mas que estava em processo de separação há cerca de um mês, sendo que o homem não aceitava o fim do relacionamento. A vítima contou ainda que estava chegando de uma viagem com os filhos quando se deparou com o ex-companheiro armado já dentro da casa. 

Sob ameaças, eles foram levados até o quarto da residência, onde ele derramou um galão de gasolina sobre a mulher e os filhos e ateou fogo nas vítimas. Quando eles tentaram fugir das chamas, o suspeito então efetuou vários disparos de arma de fogo. Ainda de acordo com a PM, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram chamados e entraram no imóvel, encontrando o homem de 58 anos já sem vida e completamente carbonizado.

A perícia da Polícia Civil (PC) esteve no local onde encontrou uma pistola queimada pelo fogo próximo ao corpo do suspeito. Somente o médico legista dirá se ele atirou contra ele mesmo ou se morreu pelas queimaduras. O caso será investigado pela PC. 

Suspeito tinha três armas registradas

De acordo com a assessoria de imprensa da 4ª Região Militar, responsável pelo Exército de Minas Gerais, o suspeito tinha registro desde 2005 e estava atualmente com três armas registradas na corporação, todas elas com as documentações em dia. 

Entretanto, conforme a PM, um verdadeiro arsenal foi apreendido na casa da família. Foram recolhidas uma pistola calibre 22, outra calibre 380 e uma calibre 12. Além disso, também foram encontrados seis armas de ar comprimido, um soco inglês, uma besta (arco e flecha com gatilho), lunetas, tubos de pólvora e vasta munição dos calibre 12 e 22. Ele seria frequentador de clubes de tiro e colecionador de armas. 

Questionada sobre o que acontece quando uma arma legal é utilizada em um crime, o Exército explicou que, após ser apreendida pela investigação, caso ela não tenha importância para o julgamento, o armamento é encaminhado para o órgão. "Caso seja uma arma longa, existe a possibilidade de, após análise, ela ser doada para algum órgão de Segurança Pública", completa a corporação. 

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