Mortes por infarto crescem 47% em cinco anos

Gabriela Sales - Hoje em Dia
02/03/2015 às 08:37.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:11
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

As dores fortes no peito foram o sinal de alerta para o comerciante Cláudio Calixto, de 65 anos, procurar ajuda médica. Em 2005, durante uma viagem a Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o coração dele deu os primeiros sinais de que algo estava errado. “A dor foi forte, mas ficou mascarada por um analgésico. Lembro que, quando cheguei à cidade, a situação piorou e busquei um médico”, relembra. Cláudio foi um dos milhares de brasileiros que sofreram um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) naquele ano.

Nos últimos cinco anos, houve aumento de 47% no número de mortes causadas por IAM, de acordo com o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). Levantamento divulgado no fim de 2014 aponta que 100 mil pessoas morreram ano passado, contra a média registrada, até 2009, de 68 mil mortes ao ano. O infarto é a primeira causa de óbitos no país e o número de mortes decorrentes de complicações causadas pelo problema no Brasil vem aumentando, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

O infarto acomete, geralmente, homens a partir dos 55 anos e mulheres a partir dos 60 anos mas, segundo o cardiologista Márcio Kalil, diretor do departamento de hipertensão arterial da SBC, a idade está ficando cada vez menor. “O estresse está atingindo índices preocupantes e que acabam resultando em infartos em pacientes que não possuem características para o desenvolvimento da doença”, ressalta. 

IAM x AVC

Dados da SBC mostram que os óbitos já superam a quantidade de casos de morte em consequência de problemas neurológicos. “Há dez anos, a doença que mais causava óbitos no país era o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Atualmente, estamos nos igualando aos Estados Unidos, tendo as complicações cardíacas como principal

Hábitos

O sedentarismo e a alimentação inadequada foram alguns dos fatores que pioraram a saúde de Cláudio Calixto. “Eu consumia carnes gordurosas. Não abria mão do meu churrasco. Além disso, estava muito estressado e fumava constantemente”, relatou o comerciante. 

O estresse do dia a dia e o tabagismo foram determinantes para o infarto do miocárdio da jornalista Beth Sily, de 62 anos. “Passei 90 dias no CTI (Centro de Tratamento Intensivo). Estava sozinha em casa quando passei mal. Se não fosse a ajuda dos meus vizinhos, acho que não teria sobrevivido”. 

Há dois anos, a jornalista adotou uma nova vida. Caminhadas regulares, fisioterapia e uma alimentação balanceada fazem parte da rotina diária dela. “Agora, tenho qualidade de vida. Optei por priorizar a minha saúde e não apenas o trabalho”, conta Beth. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por