Mote da campanha Novembro Azul passa a ser o cuidado com a saúde do homem o ano inteiro

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
04/11/2016 às 19:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:31
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

Só depois de não conseguir mais escrever o administrador de empresas Eustáquio Souza, de 67 anos, procurou socorro. Em agosto, ele foi diagnosticado com um coágulo no cérebro, após sintomas há meses indicarem que o idoso não estava bem. Apesar dos sinais, ele só foi ao hospital quando a situação piorou. “Ainda bem que deu tempo de salvar a minha vida”, diz, aliviado.

Assim como Eustáquio, a maioria dos homens no país só dá atenção à saúde quando não tem mais jeito. Pensando em alertar o público masculino, o Novembro Azul deste ano ampliou a abordagem. Além de advertir sobre o câncer de próstata, o Instituto Lado a Lado pela Vida, coordenador da ação, quer alertar para as várias doenças que acometem os homens.

“Historicamente em todo o mundo, o homem assume o papel de alguém que deve dar conta de tudo e ser provedor, e ele acredita não ter tempo para se cuidar”, explica Artur Oliveira Mendes, médico de família e comunidade do Comitê de Especialidades da Unimed-BH.

Segundo ele, o câncer de próstata não é a doença que mais atinge o sexo masculino. “As principais enfermidades são pressão alta, diabetes, tabagismo, sedentarismo e alcoolismo”. 

da doença no país

A obesidade, inclusive, é sinal de cuidado redobrado, uma vez que contribui para o surgimento de outras doenças, como o câncer de próstata. Conforme o médico Marcos Santos, preceptor no Hospital das Clínicas da UFMG, estudos apontam que o tecido adiposo acumulado ao redor da glândula produz hormônios e proteínas inflamatórias que influenciam o crescimento e a gravidade do tumor em homens com excesso de peso. “É preciso tratamento específico e envolvimento grande do paciente”. 

Sobre o câncer de próstata, Artur Mendes ressalta cautela na prevenção. Fazer o toque retal ou o exame PSA deve ser decidido com um médico. “Evidências científicas atuais não recomendam o rastreamento do tumor. Ao que parece, malefícios relacionados ao procedimento são maiores que os benefícios, a começar pelo constrangimento em fazer o exame”.

Os casos, entretanto, são individuais. Histórico familiar, homens acima de 45 anos e da raça negra, por exemplo, são informações importantes para definir se vale ou não a pena fazer o exame. “Em alguns países o rastreamento chega a ser contraindicado. Essa, inclusive, é a recomendação do Inca (Instituto Nacional do Câncer)”, conta.

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