(Carlos Henrique/Hoje em Dia)
Cerca de 2.500 motoristas do transporte escolar realizam nesta sexta-feira (17) um protesto em Belo Horizonte. Eles saíram do estacionamento do Mineirão, na Pampulha, por volta de 9h, e seguiram pela avenida Antônio Carlos em direção à Prefeitura, no Centro.
De lá, os profissionais fizeram carreata até a Praça da Liberdade, e, no início da tarde, decidiram seguir para a Cidade Administrativa, onde uma comissão deve ser recebida pelo secretário de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares. O objetivo é buscar apoio do Estado para que este interceda pela categoria junto ao Governo Federal.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Transportadores de Escolares da RMBH (Sintesc), Dalmo Ribeiro Martins, o protesto acontece contra a padronização dos veículos de transporte escolar. O assunto é um dos propostos no Projeto de Lei 5383/2013, de autoria do deputado federal Leonardo Quintão (PMDB/MG). A ideia seria que todos os transportadores escolares utilizassem um micro-ônibus, ao invés das vans.
No entanto, segundo Martins, o veículo maior chega a custar três vezes mais que o menor. “Seremos obrigados a comprar um micro-ônibus por cerca de R$ 300 mil, deixando inviável a atividade. Além disso, o custo seria repassado para para os pais, tornando a mensalidade muito mais alta”, explicou.
“Essa medida não vai acrescentar em nada para a categoria nem para a população, vai beneficiar um grupo de empresários que querem apenas vender veículos”, criticou. Outro temor levantado pela categoria é o fato de que os micro-ônibus não são acessíveis a bairros com ruas mais estreitas ou vielas.
O movimento é nacional e ocorre em várias capitais do país. Mobilizações também acontece em municípios do interior de Minas. Em BH, o grupo parou rapidamente em frente à prefeitura para fazer um pequeno protesto contra o transporte escolar clandestino. “É uma realidade na nossa cidade e queremos que o prefeito tome alguma medida em relação a isso”, salientou o representante do Sindicato.
Por causa da manifestação, o trânsito ficou complicado durante a manhã em toda a região Central da cidade. Profissionais de vários municípios da Grande BH, como Betim, Sabará, Contagem, entre outras, também fazem parte da carreata.
Caderinhas
Outro ponto levantado pelos motoristas é a medida do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obrigaria a utilização de assentos elevatórios e cadeirinhas para crianças de até 7 anos. Esses dispositivos exigem o cinto de três pontos, que não existem em boa parte das vans - compostas por cintos de dois pontos.
Para o vice-presidente do Sintesc, a norma é uma das formas de obrigar a padronização. “Essa medida é apenas para as vans. Micro-ônibus, ônibus e coletivos não são obrigados. Por que a segurança é exigida apenas das vans?”, questionou.
Atualizada às 14h28