Movimento Tarifa Zero quer que reajuste da passagem em BH seja esclarecido

Gabriela Sales e Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
30/12/2014 às 08:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:31
 (Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Hoje em Dia)

A falta de transparência nos índices utilizados para calcular o reajuste do transporte público em Belo Horizonte e na região metropolitana foi questionada novamente por integrantes do Movimento Tarifa Zero BH, ontem, em protesto no Centro da capital. Os reajustes, que começaram a valer ontem, foram de 8,5% (para ônibus de BH) e de 12,78% (para ônibus metropolitanos).    Este aumento nas passagens foi o segundo de 2014, sendo o primeiro em abril. Para os veículos que circulam na capital, no acumulado, o total reajustado foi de 16%, bem acima da inflação e da correção feita nos salários. Os manifestantes ocuparam a avenida Santos Dumont para pedir esclarecimentos sobre os motivos que determinaram o acréscimo nas passagens. Eles pediram a prestação de contas referente aos investimentos no transporte público da capital e ao lucro conquistado pelas concessionárias após a implantação do Move.    “A população não tem acesso à forma como as empresas calculam e justificam os aumentos”, explica a integrante do Movimento Tarifa Zero, Júlia Nascimento.    O grupo também questionou os benefícios do Move para a população. Segundo o Tarifa Zero, não há divulgação das empresas a respeito do retorno financeiro do sistema modal. “A expectativa era de que o custo diminuísse, já que os investimentos em operação reduziram significativamente”, destaca Júlia.   Ontem, cerca de 50 manifestantes ocuparam a Estação Rio de Janeiro, localizada no Centro da cidade. Fazendo uso de palavras de ordem, eles pediam aos usuários do transporte coletivo que pulassem a catraca e entrassem sem pagar a passagem de R$ 3,10. Também distribuíram panfletos e sujaram estações, bilheteria e até os ônibus que circularam no local com tinta vermelha.    Reação Popular   Nos pontos de ônibus do hipercentro de BH, quem depende do serviço resumiu o reajuste da tarifa a uma palavra: “absurdo”.    O porteiro Nilton Gonçalves, de 68 anos, não estava sabendo do aumento e reagiu mal à notícia. “Acho errado, porque a prestação do serviço é ruim. A minha linha (9030), pelo amor de Deus, é uma das piores. Vai melhorar para o bolso deles, mas o serviço vai continuar a mesma porcaria”.   Intervenção No dia 19 deste mês, o Movimento Tarifa Zero entregou ao Ministério Público Estadual (MPMG) pedido para que os índices utilizados sejam esclarecidos. O órgão confirmou que recebeu e protocolou o documento. No dia 9 de janeiro, estão marcadas manifestações contra reajuste de tarifas de ônibus em BH, São Paulo e Rio de Janeiro.   Mais   Em 2013, as conhecidas como “Manifestações de Junho” reuniram milhares de pessoas nas ruas de Belo Horizonte durante o período da Copa das Confederações (meses de junho e julho), realizada no Brasil. Os protestos tiveram início com as reclamações dos manifestantes sobre o preço das tarifas de ônibus praticadas na capital e, depois, outros motivos também fizeram com que a população fosse às ruas. Houve ocupação da Câmara Municipal de BH para que não crescessem os valores das passagens que só voltaram a ser reajustadas neste ano.    No último mês de abril, integrantes do Movimento Tarifa Zero BH fecharam a Praça 7 em protesto às tarifas que foram reajustadas pela prefeitura e manifestações menores e mais isoladas aconteceram por causa do aumento.

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