Movimentos sociais cobram abertura de maternidade abandonada há 10 anos em Venda Nova

Simon Nascimento
12/07/2019 às 10:56.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:30
 (Simon Nascimento)

(Simon Nascimento)

Conselheiros de saúde de Belo Horizonte, vereadores e ativistas do Movimento de Mulher visitaram, na manhã desta sexta-feira (12), as obras da maternidade Leonina Leonor, em Venda Nova. O centro obstétrico está sendo construído sobre a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Venda Nova e deveria, segundo o Conselho Municipal de Saúde, ter sido entregue para atendimento à população, em 2009. 

Contudo, dez anos depois, o espaço permanece fechado, o que motivou a visita nesta manhã ao local. “É um desprezo que a gente sente das autoridades responsáveis. A prefeitura precisa ter mais compromisso para terminar essa obra e colocar em funcionamento”, disse a conselheira municipal Maria da Glória Silva. 

Em 2017, o Ministério Público de Minas Gerais solicitou à PBH a abertura da maternidade. Houve uma promessa do Executivo municipal de que o espaço poderia ser reaberto em 2018. Mas as portas seguem fechadas. “A estrutura da Leonina foi pensada para combater a violência obstétrica e está sendo detonada pela falta de zelo do poder público”, lamentou a representante do Movimento de Mulher, Diva Moreira. 

As salas da maternidade são equipadas para receber partos humanizados. Os leitos são equipados com banheiras, além de possuírem instrumentos de acessibilidade. Para colocar o espaço em funcionamento, a Prefeitura de Belo Horizonte precisa mobiliar todo o espaço, além de pequenos ajustes nas redes elétrica e hidráulica. Ao todo, já foram gastos R$ 4,9 milhões para a construção da maternidade.

Presentes na visita, a vereadora Bella Gonçalves e o vereador Gilson Reis assumiram compromisso com a comunidade de levar o assunto para a Comissão da Mulher, na Câmara Municipal.

Maternidade não será aberta, diz PBH

Secretário municipal de saúde, Jackson Machado afirmou que a maternidade não deve ser aberta. O gestor considerou que a abertura da unidade não é uma necessidade do município que, segundo ele, já conta com sete maternidades equipadas com “leitos suficientes para atender a demanda da cidade com folga”. 

Conforme Machado, para reestruturar a maternidade a ponto de ficar pronta para funcionamento seria necessário gastar R$ 5,5 milhões. O secretário  informou que o custo de manutenção anual da maternidade seria de R$ 30 milhões. “Por outro lado, a cidade carece de um espaço onde as mulheres possam receber atenção preventiva para câncer de colo de útero, implantação de DIU”, destacou. 

A ideia do Executivo é de que o local se torne um Centro Especializado de Atenção À Saúde da Mulher. “Nós estamos ainda em fase de estudos técnicos e financeiros. Vamos propor isso às comunidades, mas não temos ainda uma definição”, complementou. 

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