MPMG e MPF emitem nota contra a discriminação com base em orientação sexual

Gabriela Sales*
gsales@hojeemdia.com.br
23/11/2016 às 17:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:47

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário (CAO-DH) e o Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), ao reiterar o compromisso institucional com a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, gênero, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, externa sua preocupação com a disseminação de ações tendentes a tratar a homossexualidade como um aspecto negativo da personalidade e disseminar a discriminação com base na orientação sexual.

Palestra sobre "Como prevenir e reverter a homossexualidade" da igreja Getsêmani, em Belo Horizonte, é cancelada após onda de protestos nas redes sociais durante esta semana.

Na página da igreja na internet, no lugar do post da palestra está um comunicado com a seguinte informação: "Considerando que o pastor Jorge Linhares não tinha conhecimento da palestra que seria ministrada na unidade de nossa igreja Missão Portugal, que abordaria assunto relativo à sexualidade; considerando, ainda, que o pastor Jorge Linhares não foi comunicado da realização de tal palestra, assim como são orientados os pastores que lideram as missões informar quanto a toda e qualquer realização de eventos que ocorrem nas igrejas, através da presente nota, o pastor Jorge Linhares, presidente da Igreja Batista Getsêmani, decidiu adiar a realização da palestra em questão, oportunidade em que exortou o pastor para que não se repita qualquer publicação sem o seu conhecimento, já que é sabido de todos que não é permitido a qualquer líder ou membro da igreja, seja da Sede ou Missões, publicar algo sem o conhecimento do pastor presidente".

O post sobre a palestra da pastora Isildinha Muradas, que estava marcada para quinta-feira (24), foi publicado no último domingo (20) na página do Facebook da igreja e recebeu diversas reações, críticas e até denúncias no Ministério Público. Membros da própria comunidade evangélica se manifestaram contra o evento da Getsêmani. 

Nessa terça-feira (22), a igreja  apagou o post e publicou um novo banner, mudando o tema para “Orientando pais sobre a sexualidade de seus filhos”.

Procurado pela reportagem, o pastor Atilano, responsável pela comunicação da  igreja Getsêmani, disse que tudo não passou de um mal entendido, que a igreja colocou o post por conta própria e que a intenção não é de promover o preconceito.

Em sua rede social, a pastora Isildinha Muradas postou um vídeo esclarecendo o episódio. No vídeo ela se identifica e conta que nunca se intitulou como pedagoga e que realiza trabalhos de orientação familiar. A pastora disse ainda que um outro pastor teria alterado as informações do cartaz correspondente às palestras e que isso estava causado transtornos. Ela ainda pede que as pessoas compartilhem o vídeo para desfazer o mal entendido.

(Com MPMG)*

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