(ARQUIVO PESSOAL)
O que era para ser apenas um procedimento estético, visando a redução de mamas, terminou em tragédia na manhã desta segunda-feira (16) em uma clínica estética no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Adriane Zulmira do Nascimento, de 48 anos, passou mal e morreu durante a cirurgia.
As informações iniciais da Polícia Militar (PM) indicam que a corporação foi acionada no fim da manhã para ir até a clínica. Segundo o relato de familiares da vítima, ela se internou no local nesta segunda-feira e, conforme repassado pelos médicos responsáveis, teria sofrido um aumento de pressão. A mulher não resistiu e faleceu no local. ARQUIVO PESSOAL / N/A
Adriane estava juntando dinheiro há um ano para poder fazer o procedimento cirúrgico desta segunda-feira
Perícia e rabecão da Polícia Civil (PC) foram acionados para fazerem, respectivamente, os levantamentos iniciais e a remoção do corpo de Adriane.
O Hoje em Dia tentou contato por telefone com a clínica, mas, até o momento, ninguém foi localizado para falar sobre o ocorrido.
Já a assessoria de imprensa da PC informou que um inquérito já foi instaurado e irá apurar as circunstâncias e eventual responsabilidade sobre o óbito. "A perícia técnica esteve no local e liberou o corpo, que foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML).
Família busca respostas
A reportagem conversou com uma sobrinha de Adriane, uma jovem de 24 anos que preferiu não ser identificada. Ela conta que a tia estava com a cirurgia marcada há algum tempo, sendo que o procedimnto foi feito sob recomendação médica, uma vez que o tamanho das mamas já estaria causando problemas na coluna.
"Ela chegou lá cedinho e, mais tarde, ligaram da clínica para a casa da minha avó, pedindo para algum familiar comparecer, pois teria havido uma complicação. Chegamos lá e o médico só disse que tinha sido uma fatalidade e o anestesista disse que fizeram tudo o que tinha para ser feito. Disseram que havia duas coisas que podiam ser feitas: a primeira, que era ele determinar a causa da morte como indefinida e, a segunda, que era acionar o IML. Mas ele fez questão de destacar que o segundo seria bem mais demorado", lembra a jovem.
Ainda de acordo com a sobrinha, Adriane trabalhava como professora em uma creche do bairro São Paulo, na região Nordeste de BH. Ela morava com a mãe, era solteira e não tinha filhos. Além disso, estava juntando dinheiro há mais de um ano para pagar pela cirurgia. "Agora o que queremos é só ter uma resposta sobre o que aconteceu. Já estamos no IML para aguardar a conclusão do laudo".
Conselho de Medicina apura circunstâncias da morte
Ainda nesta segunda-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) divulgou uma nota em que informa que tomou conhecimento pela imprensa da morte da mulher que passava por uma mamoplastia.
"O CRMMG abrirá sindicância para apuração dos fatos, seguindo o protocolo de procedimentos estabelecidos pelo Código de Processo Ético Profissional (CPEP). Esses procedimentos correm sob sigilo. Obedecendo ao CPEP, somente as penalidades públicas impostas aos médicos poderão ser divulgadas", conclui o texto.
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