Mulher que se passava por enfermeira e aplicou vacina falsa em empresários de BH é presa

Luiz Augusto Barros*
@luizaugbarros
31/03/2021 às 11:00.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:34
 (Divulgação/Polícia Federal)

(Divulgação/Polícia Federal)

Após investigações da Polícia Federal (PF), a mulher acusada de aplicar vacinas contra a Covid-19 em empresários e políticos de Belo Horizonte foi presa e encaminhada à penitenciária Estevão Pinto, na capital mineira. Ela poderá cumprir até 15 anos de reclusão, se condenada, por suspeita de importação ilegal, desvio das doses ou falsificação.

Na terça-feira (30), os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão na casa da suposta enfermeira e do filho, além de em uma clínica de BH. A dupla é suspeita de comercializar e aplicar imunizantes de origem ilícita em uma garagem de ônibus de um dos maiores conglomerados de transporte de Minas.

Entre o material apreendido com os suspeitos estão cartões de vacinação com indicação da aplicação das doses do imunizante com o nome da Pfizer, seringas e caixas térmicas com as vacinas. Os objetos foram encaminhados à perícia para identificação da substância.

Ontem, mãe, filho e um motorista, que teria levado a mulher até a garagem no dia da suposta imunização,  prestaram depoimentos na sede da Polícia Federal. A corporação informou que trabalha com as hipóteses de que as vacinas tenham sido importadas ilegalmente, desviadas do Ministério da Saúde ou, ainda, falsificadas.

Em oitivas na segunda-feira (29), os empresários admitiram a aquisição dos medicamentos de procedência ilícita e que o valor cobrado por duas aplicações foi de R$ 600. Ainda de acordo com a PF, a mulher, uma cuidadora de idosos que se passava por enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado vacinas ilegais para outras pessoas, além dos investigados na operação Camarote. 

“As investigações continuam, com oitiva das pessoas que teriam sido vacinadas pela mulher e demais pessoas que a teriam indicado para terceiros. As outras duas pessoas que também prestaram depoimento na noite de ontem e foram liberadas tornarão a ser ouvidas”, disse a PF, em nota.

O caso

A ação foi deflagrada após reportagem da revista Piauí, publicada em 24 de março, ter revelado, por meio de vídeos, a vacinação clandestina de empresários e políticos dentro de uma das garagens de uma empresa de transporte.

Em nota, a Pfizer negou “qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização”. Ainda segundo a empresa, o imunizante Comirnaty ainda não está disponível no Brasil. 

*Com informações de Rosiane Cunha

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