Mulheres unem forças para cuidar das crianças no espaço lúdico das Umeis

Ernesto Braga
eleal@hojeemdia.com.br
09/10/2016 às 21:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:10
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Elas têm funções distintas, mas todas fazem o papel de mãe, tia, avó. E porque não dizer de fada madrinha? Afinal, são personagens importantes de um universo lúdico, colorido e encantador protagonizado por crianças de 0 a 5 anos.

E é com um largo sorriso no rosto que a professora Maria Eunice Ventura, com 25 anos de experiência, recebe os pequenos bem cedinho na Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Capivari, no bairro Serra, Centro-Sul de BH. Ela faz parte de um grupo de 61 profissionais (58 mulheres).

Professoras e auxiliares, vice-diretora, coordenadora pedagógica, secretárias, cantineiras e faxineiras têm a difícil, porém mágica, missão de educar. E é de encher os olhos o carinho e a dedicação com que elas conduzem as tarefas e contribuem para o sucesso das Umeis, consideradas referência na educação infantil da capital.

“É uma emoção que me faz reviver a infância dos meus filhos. Há um planejamento, mas ele pode ser mudado de acordo com os acontecimentos. Se as crianças despertam a atenção para um abacate que caiu do pé, vamos contar a história desse abacate”, diz Maria Eunice.Wesley Rodrigues

GRATIDÃO – A professora Maria Eunice Ventura recebe o carinho dos alunos na Umei Capivari

Vigilante, a auxiliar de serviços gerais Adriana Gomes está sempre por perto, deixando o espaço um brinco para o melhor proveito dos alunos. “O carinho que eles me dão é maior do que qualquer tarefa”, compara. 

A coordenadora pedagógica Andréa Lima anda pelos três andares da Umei. Checa os detalhes, dá orientações e, no meio da correria, dá pausas para afagar os pupilos.Wesley RodriguesCOLO DE MÃE – As profissionais se desdobram para cuidar de toda a turma na escola infantil

Comidinha gostosa

Quem também não para um minuto é a vice-diretora Priscila Maria de Lana. Para que a primeira refeição seja servida às crianças, ela auxilia as cozinheiras Ilza, Vanda, Edna e Laudicena.

Tudo é feito com muito capricho. Aos poucos, as crianças vão chegando ao refeitório cantando a “musiquinha da comida”.

“É um desafio, mas é muito gostoso ver o resultado. Quando reconhecem a primeira letra do nome, por exemplo, temos a certeza de que esse desafio está sendo recompensado”, ressalta Andréa Patrícia Veríssimo, que dá aulas para a turma de 3 anos.

A diversão fica completa quando todos são levados para brincar no escorregador inflável e na piscina de bolinhas. A atividade faz parte da comemoração pelo Dia das Crianças.

A auxiliar de inclusão Cristina Gomes de Sá entra na brincadeira como se fosse um dos estudantes. Para ela, aquele momento é uma dádiva.Wesley RodriguesCARDÁPIO BALANCEADO – A merenda é preparada com satisfação pelas cantineiras Ana Maria Pereira e Maria Goreti Gomes

Há dois anos, Cristina acompanha o garoto Juan, de 4, que é portador de deficiência visual. É ao lado dela que o menino desce sorridente pelo escorregador. “É muito prazeroso perceber o desenvolvimento dele, a superação dos obstáculos, as melhorias na locomoção”, afirma.

No maternal, as tarefas não ficam restritas à sala de aula. As educadoras cuidam da mamadeira, da troca de fralda e do banho dos menores de 2 anos. “É mesmo um papel de mãe. Trabalhamos a parte cognitiva e a consciência corporal”, destaca a professora Heloísa Galúcio.Wesley RodriguesALEGRIA – Acompanhado da tia Cristina, o pequeno Juan participa da brincadeira

‘Temos que conhecer cada aluno para ver de que forma vamos atingir suas potencialidades’Professora de uma turma de 5 anos da Umei Taquaril, no bairro da região Leste, Maria Mazzarello Barbosa Teixeira já teve a experiência de trabalhar com crianças mais novas na escola, inclusive do maternal. “Eles já vêm com algum aprendizado de casa e nosso papel é conhecê-los individualmente, suas diferenças, para ver de que forma vamos atingir a potencialidade de cada um”, diz. 

O envolvimento das profissionais é responsável pelo sucesso da unidade, inaugurada há seis anos. “Lidamos com crianças pequenas, muitas não sabem falar, há sempre o risco de acidentes e incidentes, uma grande preocupação com a questão física. É como administrar uma grande casa, e temos que manter tudo funcionando da melhor forma possível”, destaca a vice-diretora Leane Costa Perdigão.

Ela comanda uma equipe formada por 35 professoras e seis auxiliares, duas coordenadoras pedagógicas, duas auxiliares de secretaria, cinco profissionais da limpeza e quatro da cantina. “Na equipe, os únicos homens são os porteiros”, brinca Leane.

Ana Maria Pereira e Maria Goreti Gomes são as “tias da cantina”. Entre muitas tarefas, elas picam as frutas que serão escolhidas pela criançada.

“O principal diferencial é a abordagem. É a primeira educação que eles recebem em todas as ações: na alimentação, de como usar o banheiro, na relação com os colegas, além do ensino formal”, destaca Mirian de Souza Andrade Ferreira, diretora da Escola Municipal Fernando Dias Costa, à qual a Umei é subordinada.Wesley RodriguesHORA DO LANCHE – A vice-diretora Leane (à esquerda) ajuda a criançada a servir as frutas picadinhas no Taquaril

 

 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por