Mesmo com constantes reclamações de motoristas e passageiros, nenhuma empresa de ônibus da capital foi multada em decorrência de defeitos nos veículos desde o início da implantação do Move, em março deste ano. Ar-condicionado quebrado é a principal queixa.

Na última quarta-feira, um coletivo da Linha 51, que saiu lotado, às 6h03, da Estação Pampulha em direção à área hospitalar, chegou a ficar com vidros embaçados durante o trajeto. Para amenizar o calor, o motorista seguiu viagem com a porta aberta, um perigo para os passageiros, uma vez que não é possível abrir as janelas dos veículos articulados.

O condutor de um ônibus da linha 66 (Estação Vilarinho/Centro/Hospitais), que também pediu para não ser identificado, disse que o equipamento já estragou seis vezes com ele. “Terminamos viagem e, depois, recolhemos o carro para a garagem”, resumiu.

Há situações em que motoristas esquecem de ligar o ar-condicionado, afirma o condutor de outro veículo, desta vez da linha 65 (Estação Vilarinho/Centro), que também pediu anonimato.

Nem a BHTrans nem o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH) informaram o número de ônibus obrigados a interromper viagem e voltar para as garagens devido ao problema. A BHTrans também não informou o número de reclamações feitas por passageiros pelo telefone 156 ou no site bhtrans.pbh.gov.br.

Garantia

As modelos Jéssica Horta, de 18 anos, e Camila Rodriguez, de 14, reclamam que a falha é recorrente. “Desmaiei uma vez”, disse Camila.

O SetraBH informou que as falhas são pontuais e que os aparelhos estão na garantia do fabricante. “Quando ocorre um defeito no ar-condicionado enquanto em operação, o veículo conclui viagem, desembarca os passageiros e recolhe para a garagem para fazer o reparo”, informou o sindicato, em nota.

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