‘Não está descartado o risco de rompimento’, diz coronel do Corpo de Bombeiros sobre quarta barragem

Simon Nascimento
26/01/2019 às 18:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:15
 (Reprodução / Whatsapp)

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O risco de rompimento da quarta barragem da Vale no Complexo da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, não está descartado. A informação é do coronel Anderson de Almeida, coordenador Operacional do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, e foi repassada em balanço sobre os trabalhos de busca aos desaparecidos no gabinete de crise no início da noite deste sábado (25).

No boletim, a corporação confirmou a localização de 34 corpos, e que 296 pessoas - todas do quadro de funcionários da Vale - estão desaparecidas. Doze pessoas foram encontradas soterradas com vida e outras 46 foram resgatadas ilhadas, de acordo com os bombeiros.

De acordo com o militar, um processo de drenagem na barragem, para diminuir em 50% o nível de água, foi iniciado às 5h deste sábado. O processo vai durar 37 horas  e o recurso hídrico seguirá, o fluxo do rio Paraopeba. “Não está descartado o risco de rompimento. Só poderemos afirmar isto depois que terminar este processo de drenagem”, disse.

O secretário Nacional de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, no entanto, descartou a ameaça de um novo acidente. “Por conta da chuva, não acredito que poderá ter mais rompimento. Dois técnicos da Agência Brasileira de Mecânico de Solo fizeram vistoria na barragem. Segundo eles, está intacta e não detectaram sinal de risco para retirar pessoas ou equipes que estão trabalhando”, frisou.

Resgate

Durante o dia, 204 militares trabalharam no resgate às vítimas. Na madrugada o número será reduzido e militares com treinamento específico vão seguir na área atingida pela lama. Com a chuva que caiu em Brumadinho durante o período da tarde, os trabalhos de resgate foram paralisados por 50 minutos. A pausa pode ocorrer novamente, caso o município registre volume de precipitação intenso. As últimas vítimas encontradas estavam a cerca de 10 quilômetros dos escritórios da Vale, no leito do rio Paraopeba.

Já os trabalhadores que estavam no ônibus da mineradora que foi localizado mais cedo ainda não foram resgatados. “É um trabalho difícil. Sempre que a gente está indo na direção deles aparecem outros corpos e temos que dar prioridade ao resgate”, explicou o coronel Anderson de Almeida.

Os pontos mais críticos de buscas são onde ficavam os escritórios e refeitórios da Vale, além da Pousada Nova Estância. Nestes locais, bombeiros estimam que há pessoas soterradas a mais de oito metros. Sobre os desaparecidos que moram nas vilas do entorno do Córrego do Feijão, ainda não há nenhum relato de quantos sumiram após o rompimento da barragem, informou o coordenador.

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