Com uma taxa de mortalidade que, no Brasil, chega a 80%, o câncer de pulmão tem poucas chances de cura, mas pode, e deve, ser evitado. A conclusão é de especialistas que estiveram, ontem, no Seminário de Atualização em Oncologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia, em Belo Horizonte.
“Se consideramos que 90% dos pacientes com câncer de pulmão são fumantes, não há o que se fazer, senão incentivar as políticas públicas voltadas para o combate ao tabagismo”, sentencia o oncologista Enaldo Lima, coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital Mater Dei, na capital.
Estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que, quando comparadas a não fumantes, pessoas que fumam apresentam risco dez vezes maior de desenvolver tumores malignos no pulmão.
Avanços Os especialistas debateram ainda os avanços da medicina para casos de cânceres ginecológicos, grupo em que se enquadram os tumores de mama e colo de útero, os dois mais incidentes entre as brasileiras. “No caso do colo de útero, faltam diagnóstico precoce e prevenção, já que é um dos tipos mais passíveis de cura”, afirmou o chefe do Departamento de Oncologia da Santa Casa de Belo Horizonte e diretor do Centro de Quimioterapia Antiblástica de Minas Gerais, Wagner Brant Moreira.
Especialista da Oncomed e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia, seção Minas Gerais, Leandro Ramos ressaltou o direcionamento dado nos tratamentos dos mais diversos tipos de câncer. Segundo ele, a identificação de subgrupos das doenças tem proporcionado a definição de alterações específicas e a indicação de tratamentos mais orientados.