“Não queremos esse crime no anonimato, queremos dar memória”, diz familiar de vítima de barragem

Maria Amélia Ávila
mvarginha@hojeemdia.com.br
20/08/2021 às 18:37.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:43
 (Arquivo Pessoal )

(Arquivo Pessoal )

Familiares de pessoas que morreram no rompimento da barragem em Brumadinho, na Grande BH, lutam para que a tragédia não caia no esquecimento. Um dos recursos que vão lançar mão para que o caso seja sempre lembrado é um memorial em homenagem às vítimas.

Presidente da Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão (Avabrum), Josiane Melo reforça que não querem "esse crime no anonimato”. 

Ela, que perdeu a irmã grávida de cinco meses na tragédia, conta que a ideia do memorial surgiu da esposa de uma das vítimas, que queria homenagear o marido e todos os outros funcionários da mineradora que morreram na tragédia. 

A expectativa da Avabrum é que esse sonho vire realidade até 2023, prazo que a Vale tem para concluir as obras.       

O local onde será construído o memorial fica próximo a igreja que serviu de base para as operações de resgate, iniciadas logo após o rompimento da barragem em 25 de janeiro de 2019. 

São 5 hectares que vão abrigar 272 ipês amarelos, uma alusão ao número de vítimas da tragédia. Além disso, o nome de cada um dos mortos vai estar marcado em um mural. 

A ideia é que os visitantes também possam ver peças de carros e outros equipamentos resgatados na lama.

O projeto escolhido pela associação é de autoria do arquiteto Gustavo Penna, que, segundo Josiane Melo, conseguiu captar toda dor e sofrimento das famílias das vítimas. “A lacuna nos nossos corações vai ser eterna. O memorial vai representar nossa dor e honrar todas as vítimas”, concluiu a presidente da entidade.     

Acompanhe a entrevista na íntegra. 

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