Para tentar prevenir e auxiliar no combate aos assaltos a vans escolares que assustaram pais, alunos e transportadores nas últimas semanas, a Polícia Militar decidiu, em conjunto com o sindicato dos Transportadores Escolares da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sintesc) criar uma rede de proteção, semelhante ao que já ocorre com o programa Vizinhos Protegidos da Polícia Militar.

As ações foram alinhavadas durante uma reunião que aconteceu na manhã desta terça-feira (28) na sede do 16º Batalhão, em Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte. Cerca de 50 transportadores, além de membros de Sintesc e policiais participaram do encontro.

Segundo o presidente do Sintesc, Carlos Eduardo Campos, uma série de medidas estão sendo tomadas para tentar diminuir o interesse dos bandidos às vans que transportam os alunos. Nas últimas semanas, ao menos cinco crimes semelhantes aconteceram. Um aplicativo será utilizado para cadastrar os motoristas e criar um grupo para que as informações sobre crimes ou suspeitos possam ser rapidamente disseminadas. Apesar do susto, o comandante do 16º Batalhão, tenente-coronel Marcelo Pinheiro, explicou que não se trata de um crime que virou moda.

"Segundo informações colhidas com as vítimas, os crimes vem sendo realizados pelos mesmos autores, que já estão sendo rastreados para que, em breve, sejam presos. Nós percebemos a preocupação das pessoas com o que entendemos que é uma novidade e decidimos nos antecipar, entender melhor a dinâmica do trabalho dos transportadores, além de passar algumas dicas de como evitar os crimes", explicou o militar.

Para o presidente do Sintesc o importante é conscientizar a população de que a ação das vítimas muitas vezes pode aguçar a vontade do bandido. "Nós estamos pedindo aos pais que evitem mandar os meninos à escola com celulares e outros equipamentos de última geração, que despertam maior interesse de bandidos. Além disso, estamos pedindo que os motoristas retirem dos carros as indicações da presença de sinal de internet (wi-fi) até mesmo para desencorajar o uso desses dispositivos nos carros", explicou.

Além disso, ele afirma que o Sintec tem constantemente instruído os motoristas a adotatem o boleto bancário como forma de pagamento para minimizar a circulação de dinheiro dentro dos veículos. Outra medida que deverá ser adotada em breve é a instalação de câmeras tanto no interior quanto no exterior dos carros. "Com isso, será possível monitorar não somente os crimes, mas também o comportamento dos motoristas", afirmou.

Além dessas medidas, o Sintec está lançando um aplicativo para smartphone, o Transkids, que permitirá ao pais monitorar o trajeto das vans até a chegada às residências e também até a escola.

"Dessa forma, diminuiremos o tempo que as vans ficam paradas em frente aos prédios esperando as crianças estarem prontas, já que os pais poderão se organizar melhor. Com isso, há menos janela para a ação dos bandidos", disse Carlos Eduardo.

Em seu site oficial, o Sintesc elaborou uma rápida cartilha com algumas dicas aos transportadores.

Confira na íntegra:

- Adotem o modelo de boleto bancário como forma de recebimento

- Orientem aos pais a utilizarem nosso aplicativo para localização da van, o sistema foi desenvolvido pelo Sintesc e é totalmente gratuito. Com ele os pais verificam a aproximação da van evitando que o escolar fique aguardando o aluno nas ruas desertas.

- Orientem aos alunos a não usarem celulares, tabletes e similares durante o trajeto.

- Conversem antecipadamente com seus alunos para que caso ocorra situações de roubo manterem a calma.

- Nunca tentem fugir ou enganar os bandidos, não faça movimentos bruscos, mantenha a calma e entregue tudo que for solicitado.

- Converse com os pais para que as crianças não levem celulares de última geração no escolar

- Caso seja roubado faça o boletim de ocorrências, se possível observe detalhes como altura, cor dos olhos, tatuagens e etc.

- Se possível faça seguro de sua van, instale o GPS, câmeras e etc. Sabemos que nada impede a ação de bandidos, mas com certeza podemos diminuir os riscos.

- Façam partes de grupos de whatsapp e denuncie qualquer ação suspeita.

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