Nascentes ganham vida nova em Conselheiro Pena

A natureza reagiu na fazenda de Patrícia Lopes Carreiro
07/10/2012 às 07:51.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:52
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

CONSELHEIRO PENA – Há seis meses a produtora rural Patrícia Lopes Carreiro cercou a nascente de sua propriedade e plantou árvores para recuperar a área. A natureza reagiu, abriu a torneira e, hoje, ao invés dos 97 litros de água por hora, a nascente libera mais de 120. Essa vazão é pouca diante da prevista para três anos, mas o suficiente para alimentar o gado, três residências e um lago.  Beber a água direto da fonte é outro benefício conquistado após a adesão do Rancho W3, em Conselheiro Pena, ao programa Olhos D’Água, do Instituto Terra. Um total de 324 nascentes de afluentes do rio Doce, que antes corriam o risco de secar, hoje estão protegidas ou em processo de recuperação, por meio do programa que oferece a pequenos produtores materiais para cercamento, mudas e acompanhamento técnico por três anos.   Melhoria   “Antes o gado pisoteava, compactava a terra e não deixava a água da nascente aflorar. Sem contar a contaminação com todo tipo de dejetos, inclusive os fecais. Houve melhoria na quantidade e na qualidade da água e hoje podemos bebê-la com segurança. Não dependemos mais só da água da chuva”, disse Patrícia.   Como a última vazão foi medida no período chuvoso, em março, os 120 litros por hora medidos na última semana são considerados satisfatórios. “Estamos em plena seca”, observou o técnico de extensão ambiental do Instituto Terra que acompanha as propriedades em Conselheiro Pena, Tiago Herzog.    A sua parceira, a técnica Lígia França de Paula, lembra que antes do projeto ser implantado na região várias nascentes estavam desaparecendo ou com volume baixo.    Depois que começaram a ser recuperadas, a água voltou a brotar e a fauna está reaparecendo. “É a água que abastece os córregos, mata a sede das comunidades e promove mudança entre os agricultores”, disse.   No Sítio Boa Esperança, o produtor Nilson Alves da Silva se rendeu ao luxo de irrigar a plantação de brachiaria, napiê e cana sem gastar com energia elétrica. A nascente dele brota de uma parede de pedra, em várias frestas da rocha, e forma um córrego. A vazão tem pressão suficiente para alimentar os canos de irrigação por gravidade. A nascente abastece a propriedade dele e também a de um vizinho.

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