Natal em Brumadinho marca 11 meses de tragédia e lembra 270 mortos: 'nada a comemorar'

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
25/12/2019 às 13:22.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:05

Dor, tristeza e revolta. Assim está sendo o Natal em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Há onze meses, a cidade foi palco de uma grande tragédia, que deixou 270 mortos - sendo que 13 pessoas permanecem desaparecidas - soterrados por uma avalanche de lama.

Neste dia 25 de dezembro, parentes se reuniram para prestar homenagens e lembrar as vítimas do desastre. "Infelizmente, o sentimento é de revolta. Quase um ano após o desastre, e a impunidade segue da mesma maneira. Ninguém foi punido e nenhuma providência foi tomada para que outras famílias não sejam dilaceradas", declarou Jéssica Evelyn Soares, que perdeu o irmão e o primo no acidente.

Para ela, neste Natal, não "há nada a comemorar".Márcio Martins - RENSER

Parentes das vítimas fizeram homenagens nas ruas da cidade

Tributo

Jéssica e outras centenas de pessoas participaram de celebrações ao longo desta quarta-feira (25). Às 11 horas, a Arquidiocese celebrou uma missa no Santuário Nossa Senhora do Rosário. O ato litúrgico foi presidido pelo Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar de Belo Horizonte.

Após a cerimônia, as famílias seguiram em passeata até o letreiro montado para lembrar a tragédia. Lá, fizeram um minuto de silêncio, aplaudiram às vítimas e, às 12h28, horário em que a barragem se rompeu provocando todo o desastre, soltaram balões brancos.

Além disso, os nomes de todos os mortos foram lidos e, a cada chamada, os familiares diziam "presente". "A emoção em participar de um ato é indescritível. É muita tristeza ver o que todas essas famílias estão passando", descreveu o fotógrafo Márcio Martins.

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Buscas

Trezentos e trinta e cinco dias após a tragédia, o Corpo de Bombeiros prossegue com as buscas pelos desaparecidos. Nesta quarta, 85 militares estão empenhados no resgate. Eles estão divididos em 12 frentes de trabalho e contam a ajuda de um drone e 128 maquinários para tentar localizar as vítimas.

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