Neonazistas terão que se explicar à Justiça Federal

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
07/06/2013 às 11:18.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:55

Antônio Donato Baudson Peret e outros dois homens que se identificaram como skinheads vão responder na Justiça Federal pelo crimes de racismo e formação de quadrilha. A denúncia contra Donato e os demais foi feita pelo o Ministério Público Federal (MPF) em abril, mas só na segunda-feira (27) a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 9º Vara Criminal Federal aceitou o pedido.

A magistrada decretou sigilo do processo e, por isso, informações sobre o desenrolar do caso não podem ser divulgadas, conforme a assessoria da Justiça Federal.

Relembre

Donato foi preso no interior paulista, já Marcus Vinicius Garcia Cunha  e João Vetter foram presos no mesmo dia, em 14 de abril, em Belo Horizonte.  Na época, a delegada Paloma Boson, da delegacia de crimes cibernéticos informou que pelo crime de formação de quadilha a pena prevista é de um a três anos de prisão, já pelo crime de racismo, o trio pode cumprir de um a cinco anos de reclusão.

Donato ficou conhecido depois de ter publicado uma imagem no Facebook, na qual aparece enforcando um morador de rua na região da Savassi. Os outros dois presos são amigos dele e também faziam comentários e publicações de cunho racista nas redes sociais.

Fardas do Exército Brasileiro com a identificação de João Vetter (soldado Vetter), facas, touca ninja, soco inglês e um livro com a biografia de Adolf Hitler foram apreendidos pela Polícia Civil na casa do suspeito.

De acordo com a delegada, há mais de 10 boletins de ocorrência tendo Donato e Cunha como autores. A maioria deles por agressão física e ameaça. "Os alvos deles eram sempre homossexuais, hippies e negros. Há ocorrências registradas na Praça Raul Soares, Praça da Liberdade e na região da Savassi. Isso não significa que eles atuavam apenas nestes locais, porque o alvo deles eram essas pessoas, não importa onde elas estivessem", afirmou.

 

Veja o que os suspeitos disseram ao serem apresentados pela polícia:

"Nunca tirei a liberdade de ninguém que não tenha tirado a minha primeiro", disse Antônio Donato Baudson Peret, de 25 anos. Ele foi preso em Americana, no interior de São Paulo. Donato é suspeito de formação de quadrilha e racismo, depois de ter publicado fotos e comentários de cunho racista e neonazista em seu perfil no Facebook. Donato postou uma foto na qual ele enforcava um morador de rua, na região da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.  

 

"Entrei de gaiato nessa história", afirma suspeito de racismo",  disse Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26 anos. Ele é suspeito de formação de quadrilha e racismo, depois de ter publicado fotos e comentários de cunho racista e neonazista em seu perfil no Facebook.

 

"Minha mãe tem muitos amigos gays, vão lá em casa conversam comigo", disse João Vetter, de 20 anos. Ele é suspeito de formação de quadrilha e racismo, depois de ter publicado comentários no Facebook. Vetter não tem passagem pela polícia.

 

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