(Carlos Rhienck)
Mesmo com o Código de Posturas em vigor há mais de dez anos, grande parte das calçadas de Belo Horizonte continua irregular. Pisos escorregadios, obstáculos, falta de rampas de acessibilidade e piso tátil para deficientes visuais fazem com que os passeios, que deveriam facilitar a circulação, tornem-se um risco para pedestres, principalmente para cadeirantes e deficientes visuais.
Nos bairros Floresta, Santa Efigênia e Serra são vários os exemplos de passeios com problemas. Na rua Itajubá, altura do número 150, os passeios estreitos dividem espaço com largas raízes de árvores. Já na esquina da rua Niquelina com Moisés Kalil, o tronco da árvore ocupa parte da rua e o passeio quase não é visível. Na Serra, os declives acentuados criam buracos, devido ao desnível de uma calçada para outra.
Para Airton Mendes Cunha, de 59 anos, que possui mobilidade reduzida, andar pelas ruas da Serra é um desafio. “Eu não saio sozinho. Já caí várias vezes aqui”. Aposentado, ele conta com a ajuda de amigos e familiares para ir a todos os lugares e possui várias cicatrizes causadas por quedas nas ruas do bairro. “É muito complicado uma pessoa na minha condição andar nessas ruas cheias de buracos”, disse.
Já a moradora do bairro Floresta, Dalvane Sayão, de 49 anos, reclama que precisa andar pela rua para desviar dos troncos de árvores nas calçadas. “A gente passa pela rua correndo risco. Tem lugar onde a calçada está toda ocupada”, reclamou.
Para a arquiteta e urbanista Du Leal, problemas assim acontecem porque a população não compreende que a calçada, mesmo sendo de responsabilidade do morador, é um espaço público e, por isso, precisa seguir regras para padronização. “O espaço urbano é o quintal de todo mundo e, por isso, precisa ser uniforme e acessível”, afirmou.