Noivos trocam alianças e dizem 'sim' em bloco de Carnaval

Juliana Baeta
04/03/2019 às 15:47.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:49
 (Juliana Baeta )

(Juliana Baeta )

Em vez de gastar uma pequena fortuna com a cerimônia de casamento, alguns casais preferem economizar e selar a união no meio de uma das maiores festas do país: o Carnaval de BH. A decoração é feita de serpentina, confetes e purpurinas, a música é alta e alegre em ritmo de samba e marchinhas, os convidados são piratas, palhaços, abelhinhas, sereias e unicórnios, e o salão de festas é a rua. 
 

Em meio a este cenário na praça Comendador Negrão de Lima, no bairro Floresta, região Leste de BH, é que os paulistas Camila Thomé e Marcelo Patarro se casaram nesta segunda-feira (4) no bloco "Pó de Sim". Ao som da banda Bougansamba e da bateria 100 Noção, de Santa Luzia, eles disseram "sim" em meio a amigos e familiares de São Paulo, de BH e também foliões desconhecidos que foram agregados ao cortejo pelo caminho.

Camila, que é economista e trabalha em uma cooperativa de catadores de papel, se casou vestida de "Rainha da Sucata". Ela conta que conheceu Marcelo no fim de 2016, mas foi na folia de Belo Horizonte em 2017 que o amor começou. "Nos conhecemos neste mesmo bloco, quando eu vim conhecer o Carnaval de BH a convite de uma amiga. Como nos apaixonamos aqui e adoramos Carnaval, não tinha outro lugar para nos casarmos", explica. 

O matrimônio foi celebrado por uma "palhacinha" e seguiu a tradição. Os noivos trocaram as alianças levadas pela dama de honra, que estava vestida de borboletinha, trocaram os votos e receberam uma chuva de arroz.

"Carnamento"

Esta não foi a primeira vez que o bloco "Pó de Sim" celebrou a união de um casal apaixonado. Na verdade, o bloco nasceu em 2017 com o casamento dos próprios fundadores Fabiano Siqueira e Ana de Fonseca Martins e, desde então, se tornou um bloco de "Carnamento".  

"A minha história é antiga com o Carnaval. Eu nasci no Rio em um domingo de Carnaval. Eu e minha noiva estávamos planejando o casamento e eu sugeri que fosse em um bloco. Um grupo de amigas usava o estandarte escrito Pó de Sim para se encontrarem no Carnaval, acabou se formando um bloco parado. Aí nós decidimos usar isso e oficializamos o cortejo do bloco em 2017 com o nosso casamento", explica Fabiano. 

No ano seguinte, 2018, foi a vez de o bloco celebrar a união de outros dois casais. Um deles é formado por Fabíola Rabelo e Alan Calixto, que nesta segunda, estiveram presentes no casamento de Camila e Marcelo ajudando nos preparativos. Juliana BaetaNo Carnaval passado, os noivos Fabíola e Alan também trocaram as alianças durante o cortejo do bloco 

"Decidimos nos casar no bloco porque nos conhecemos em uma quinta-feira de Carnaval. Então, nada melhor que celebrar o nosso amor aonde ele surgiu. E também é uma forma de a gente romper com esse sistema consumista de que para casar e para valer tem que gastar aquele tanto de dinheiro. Sem falar que, na atual conjuntura, é essencial ocuparmos as ruas com amor", conclui Fabíola. 

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