(Fernando Fernandes)
RIO – O Norte de Minas terá implantada, até 2013, uma grande unidade de conservação que agregue os três biomas presentes no Estado: Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. O compromisso foi feito pelo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães, durante a Rio+20. Segundo ele, a área será definida com a participação dos municípios e da população. “Depois que definirmos uma área, faremos reuniões com a sociedade. Vamos mostrar a importância para a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável”, diz.
O conceito da futura unidade de conservação, conforme o secretário, vai ao encontro da proposta da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. “Vamos estimular a geração de renda a partir do uso sustentável da área de proteção e estimular consórcios entre os municípios no entorno”, afirma.
Adriano Magalhães lembra que, somente no ano passado, 840 pessoas, moradoras do entorno dos 38 parques estaduais mineiros, foram contratadas para trabalhar nessas unidades. “Temos que mostrar que a unidade de conservação traz benefícios para a sociedade, que vão além do emprego. Em Mamonas, por exemplo, a população é abastecida de água por um manancial que sai do Parque Estadual Caminhos dos Gerais. São 240 mil litros por dia que abastecem as comunidades. Esse é um tipo de benefício que a preservação ambiental traz”, conta.
No fim de 2011, o governo de Minas criou a Área de Proteção Ambiental (APA) do Alto do Mucuri, na abrangência dos municípios de Caraí, Catuji, Itaipé, Ladainha, Novo Cruzeiro, Malacacheta, Poté, Teófilo Otoni. Com 325 mil hectares, é a maior do Estado.
No Rio, Adriano Magalhães se encontrou com colegas de outros estados, com os quais forma dois fóruns, os de secretários do Cerrado e da Caatinga. Esses dois grupos de trabalho, conforme avalia, foram criados para alinhar as políticas e os sistemas de preservação, controle e fiscalização dos biomas.
Como ação imediata, a participação dos secretários nos fóruns vai contribuir para o combate ao desmatamento para a produção de carvão vegetal de floresta nativa, uma vez que os sistemas de georrefereciamento e rastreamento de documentos passa a ser compartilhado entre os estados.
Ontem, na Rio+20, os representantes de órgãos ambientais mostraram, no Parque dos Atletas, as iniciativas que visam ao desenvolvimento sustentável de Minas.