Nos três Centros de Atendimento para Dengue em BH, 48 médicos se revezam nos plantões

Simon Nascimento
01/05/2019 às 19:02.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:28
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A cada dia, 52 novos casos de dengue são confirmados em Belo Horizonte. A epidemia obrigou a prefeitura a adotar medidas emergenciais, como a contratação de 114 médicos para ampliar o socorro à população. No entanto, o poder público corre contra o tempo para absorver a demanda de pacientes, que não para de crescer. A meta é buscar pelo menos mais 60 profissionais. As vagas são temporárias.

Com a chegada do reforço será possível viabilizar a abertura de mais Centros de Atendimento para Dengue (CADs), unidades exclusivas de tratamento às vítimas do Aedes aegypti. Ontem, a PBH inaugurou dois espaços anexos à UPA São Paulo, na região Nordeste, e à UPA Venda Nova. Os locais se juntam ao CAD do Barreiro, que teve os trabalhos iniciados na semana passada.

Além dos 114 médicos, que também atuam nos postos e nas UPAs, a administração municipal contratou 193 trabalhadores da área da saúde, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem e de laboratório. 

Para quem está à espera de atendimento, o reforço é bem-vindo. O aposentado Dorly Antônio Batista, de 69 anos, foi ontem ao CAD do bairro São Paulo. Ele estava com a pressão baixa, dores no corpo e febre. “Pior não tem como ficar. Fui na UPA e está lotado. Aqui, pelo menos, a gente tem prioridade”, diz. Antes de ser encaminhado ao médico, ele recebeu hidratação, passou pelo teste do laço e teve a pressão aferida em uma tenda montada na área externa. 

Do outro lado da cidade, no CAD Barreiro, também houve procura por assistência. A aposentada Zélia Santos, de 61, moradora do bairro Milionários, levou o neto Antônio, de 11 meses, à unidade. “Ele está com uma febre muito alta. Fiquei preocupada porque um tio dele, que mora na mesma casa, já pegou dengue”, disse a mulher. 

Conforme a PBH, os centros visam a desafogar as UPAs, que estão sobrecarregadas após a explosão de casos da doença. Nos espaços montados, médicos se dividem entre os atendimentos às vítimas da dengue e de doenças respiratórias. Só na manhã de ontem, 70 pacientes que aguardavam atendimento na UPA do bairro São Paulo foram encaminhados para o CAD. 

Contratação
Gerente de assistência primária à saúde da PBH, Fabiano Gonçalves disse que a maior dificuldade na contratação dos médicos está na disponibilidade para atuar na urgência. 

Segundo o gestor, os interessados podem se cadastrar no site pbh.gov.br. A carga horária é de 12 a 24 horas por plantão. Desde que não haja prejuízo no cumprimento do plantão, o profissional que atua em outras instituições, como hospitais, pode se candidatar.

“Ainda estamos em alerta, pois não há um indicativo de término da epidemia. Se necessário, vamos abrir outros CADs”, disse Gonçalves.

Militares
Para ampliar ainda mais o atendimento às vítimas da dengue na capital, o Centro de Atendimento à Dengue (CAD), no Barreiro, contará com um reforço. Médicos e enfermeiros da Polícia Militar serão disponibilizados para atuar no local.

Os profissionais que irão compor o quadro no espaço fazem parte do Hospital de Campanha da PM. Serão cinco médicos, sendo dois pediatras, por turno. “A ação mostra a atenção e preocupação do governo mineiro e a disposição em encontrar solução para enfrentar o problema”, informa nota enviada. A medida também conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte.</CW>

Atendimento reforçado
Durante a abertura do CAD no Barreiro, no último sábado, a subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, disse que essa era uma medida para agilizar os atendimentos às pessoas com sintomas de dengue. “O CAD está de portas abertas para a população. Aqueles que tiverem sintomas, como febre, manchas e dores deverão procurar o centro”, disse a subsecretária. “Estamos monitorando os números epidemiológicos”, afirmou.

Além disso
No próximo sábado (4), os 152 Centros de Saúde de Belo Horizonte abrem as portas para a realização do “Dia D” de vacinação contra a gripe. A campanha de imunização começou em 10 de abril. A dose protege as pessoas do vírus influenza, que pode desencadear a gripe. A doença já matou uma pessoa neste ano na capital. O grupo prioritário para receber a vacina é formado por crianças de seis meses a 5 anos, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, idosos, professores, profissionais da saúde, portadores de doenças crônicas e jovens de 12 a 21 anos. A transmissão do influenza ocorre por meio de secreções das vias respiratórias, pela da tosse, espirro, ou pelas mãos, após contato com superfícies recém-contaminadas. Para garantir a imunização é necessário apresentação do cartão de vacina e documento de identidade. Além do “Dia D”, os centros de saúde da capital também vão atender aos casos de dengue. Conforme a PBH, dependendo da gravidade, pacientes poderão ser encaminhados às UPAs.

Colaborou Lucas Eduardo Soares (lsoares@hojeemdia.com.br)

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