Nova bolsa federal desdenha crianças miseráveis de Minas

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
24/06/2012 às 08:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:03
 (Leonardo Morais)

(Leonardo Morais)

“Presidente Dilma, nós também precisamos de carinho”. O apelo é feito por quase um milhão de crianças mineiras, de até 6 anos, nascidas em famílias de baixa ou nenhuma renda e que nunca frequentaram uma creche.

Muitas são criadas por analfabetos em imóveis sem saneamento básico. Os indicadores sociais mostram que a maioria desses meninos e meninas vive abaixo da linha da pobreza. Mesmo assim, eles não são tratados como prioridade pelo programa Brasil Carinhoso, anunciado no mês passado pelo governo federal.

Por meio do repasse de recursos, será garantida a renda mínima de R$ 70, per capita, a famílias extremamente pobres que tenham pelo menos uma criança de até 6 anos. Também está prevista a construção de 1.514 creches, em todo o país, e ações na área da saúde.

Dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, proporcionalmente, Minas Gerais tem menos habitantes nessa faixa etária em creches do que o Piauí e o Maranhão. O mesmo ocorre na comparação com a Bahia, estado com a maior quantidade de famílias atendidas pelo programa federal.

Ao discursar no lançamento do Brasil Carinhoso, em 14 de maio, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que o foco será as regiões Nordeste e Norte do país. A justificativa é a de que elas concentram os estados com mais pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, com renda inferior a R$ 70, por pessoa, por mês.

Nesse quesito, segundo o IBGE, o Maranhão está no topo da lista, com 25,7% da população, seguido do Piauí (21,3%), de Alagoas (20,3%), do Pará (18,9%) e do Amazonas (18,6%). Em Minas, o índice é 4,6%.

Porém, o Censo 2010 mostra que mais de 5 milhões de mineiros não têm renda. Na Bahia são 4,8 milhões de habitantes; 2,5 milhões no Pará; 2,2 milhões no Maranhão; 1,2 milhão no Amazonas e 1 milhão no Piauí.

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