Nova espécie extinta de preguiça-gigante é descoberta por equipe mineira

Cinthya Oliveira
22/04/2019 às 16:51.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:20
 (Raphael Calixto/PUC Minas)

(Raphael Calixto/PUC Minas)

Uma nova espécie extinta de preguiça gigante foi descoberta pela equipe do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas. O animal tem porte médio, do tamanho de um boi, e vivia numa região intertropical, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.

Fruto de 20 anos de pesquisa, a descoberta foi feita pelo professor e paleontólogo do museu Cástor Cartelle Guerra; em parceria com Gerardo De Iullis, paleontólogo do Museu Real de Ontário (Canadá); Alberto Boscaini e François Pujos, ambos do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (Conicet), da Argentina. O artigo com a descrição da espécie foi publicado no Journal of Systematic Palaeontology, uma das principais revistas de paleontologia do mundo.

O animal recebeu o nome de Glossotherium phoenesis em homenagem aos funcionários, professores, alunos e técnicos do museu que contribuíram com a recuperação do local após incêndio ocorrido em 2013, que destruiu parcialmente seu acervo. Glossotherium é o nome genérico do animal, que não pode ser mudado, e phoenesis é uma referência ao pássaro fênix, que ressurgia das próprias cinzas, segundo uma lenda grega.

Dessa nova espécie, foram encontrados cerca de 200 fósseis, especialmente na região da Bahia. "Essa descoberta mostra a adaptação de espécies pelos trópicos. Com base nos fósseis encontrados, muito provavelmente esse animal vivia em São Paulo e subiu para Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e Paraíba, e foi até à Venezuela, sem ultrapassar os Andes. Essa espécie é importante para a ciência porque amplia o conhecimento de algo tão peculiar na América do Sul, que são as preguiças, que têm origem sul-americana, mas migraram para o norte", explica Cartelle.

As várias espécies de preguiças-gigantes foram extintas há aproximadamente 10 mil anos. Segundo descobertas científicas, elas teriam se originado na região da Patagônia e migrado por toda a América até o Canadá.

Com a nova descoberta, a equipe do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas chega a seu décimo holótipo, ou seja, descrição original de uma espécie, que serve como referência para as novas que forem encontradas posteriormente.

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