Nova tecnologia ajudará a Polícia Civil a identificar vítimas de Brumadinho

Marília Mesquita
31/07/2019 às 13:16.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:47
 (Marília Mesquita)

(Marília Mesquita)

Capaz de reconhecer com mais precisão o DNA das vítimas da tragédia da Vale em Brumadinho, na Grande BH, um equipamento chamado Ilumina foi entregue à Polícia Civil. O aparelho irá auxiliar a corporação na identificação dos 22 desaparecidos após o rompimento da barragem, que já deixou 248 mortos.

A instalação do novo sistema começa na segunda-feira (5). No entanto, serão necessários dez dias para a montagem e mais 40 para que esteja em pleno funcionamento. Um perito irá a Porto Alegre (RS), com 52 amostras de material genético, para receber treinamento em uma universidade que já conta com o mecanismo. Em seguida, irá repassar os conhecimentos à equipe de 12 policiais. 

"Tecnologia de última geração, o Ilumina é mais sensível para identificar DNA em porções que já tiveram as possibilidades esgotadas e foram consideradas inviáveis pelos equipamentos disponíveis até o momento", esclarece o superintendente da Polícia Técnico Científica (SPTC), médico-legista Thales Bittencourt de Barcelos.

Passados seis meses da tragédia, a maior parte do material que chega ao Instituto Médico-Legal (IML) é de fragmentos de corpos, com alta complexidade para reconhecimento, devido ao estado de putrefação e da contaminação com metais.

O equipamento veio da Califórnia (EUA) e custou R$ 2 milhões. O aparelho foi doado pela Vale por meio de um acordo com o Ministério Púbico (MP). Questionado sobre a demora para adquirir a tecnologia, Barcelos esclarece que a necessidade foi assegurada, recentemente, devido ao esgotamento de outras possibilidades.

“Em uma tragédia desta dimensão não é possível prever a putrefação dos materiais colhidos. A necessidade é atual e, mesmo disponível, a utilização é restrita a amostras descartadas em processos anteriores”. Conforme a corporação, também houve atraso na entrega do aparelho por "questões burocráticas".   

Tragédia

Desde janeiro, a Polícia Civil recebeu 717 casos, que incluem corpos e fragmentos de vítimas da tragédia. Destes, 83% foram solucionados. Atualmente, 120 partes de corpos estão em análise, 25 possuem identificação e aguardam a contraprova.

  

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