Novo polo cultural chega para estimular renovação do Centro de BH

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
11/07/2014 às 08:15.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:20
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

A Prefeitura de Belo Horizonte já tem a lista completa dos espaços que irão compor a Zona Cultural da Praça da Estação. São 25 atrativos com apelo histórico e turístico, instalados no entorno do Boulevard Arrudas e do Parque Municipal. O objetivo é criar uma referência para os visitantes e estimular as manifestações culturais e artísticas no local. Como consequência natural, o circuito deverá contribuir para a revitalização urbanística do Centro.

Dentre as atrações que integram o roteiro estão o Cine Theatro Brasil Vallourec, inaugurado há pouco menos de um ano no coração de BH – na Praça 7 –, e o Parque Municipal, área verde com 180 mil metros quadrados. Há ainda endereços pouco conhecidos da população em geral, como a casa de shows Nelson Bordello, e o consagrado evento cultural Duelo de MC’s, realizado sob o viaduto de Santa Tereza há sete anos.

A referência indicativa da zona cultural será feita por placas instaladas em frente a cada um dos equipamentos. Além dos 25 atrativos, prédios tombados pelo patrimônio municipal, localizados nas imediações da Praça da Estação, também serão sinalizados. Um deles é o antigo Hotel Itatiaia, projetado pelo arquiteto italiano Raffaello Berti (1900-1972).

As placas, que devem ser instaladas nos próximos dois meses, trarão uma espécie de ficha técnica das atrações, com informações e curiosidades históricas. Haverá ainda sinalização especial sobre como chegar aos pontos.

DIRECIONAMENTO

A estratégia de divulgação do novo polo cultural e artístico da cidade, assim como a forma de integração dos espaços, foi discutida durante um ano por uma comissão especial. Tudo foi registrado em um documento com 80 páginas.

“O material serve para direcionar a criação do plano diretor, em até um ano, mas nosso objetivo não é gerenciar a área. Queremos organizá-la e incentivar o uso democrático, respeitando a diversidade cultural e de pessoas”, explica o presidente da Fundação Municipal de Cultural, Leônidas José de Oliveira.

RELEVÂNCIA

A arquiteta e urbanista Mariluce Duque vê a iniciativa como um progresso e acredita que a denominação zona cultural, por si só, atrairá mais atenção a espaços, muitas vezes, estigmatizados.

“Há locais que já foram cuidados, como o Teatro Francisco Nunes e o próprio Parque Municipal. Outros, porém, precisam de restauração. O próprio nome do circuito estimula a visitação, sugere uma boa impressão, de que a região será melhor atendida”, diz Mariluce.

Envolvimento da iniciativa privada é bem-vindo

Grande parte dos recursos empregados na revitalização dos espaços é proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, e outra parcela deverá ser investida pelos próprios gestores ou proprietários dos equipamentos. A Fundação Municipal de Cultural (FMC) não descarta, porém, a participação da iniciativa privada na reforma desses lugares, a exemplo do que já ocorre no Circuito Cultural Praça da Liberdade.

“Estamos buscando patrocínio para instalar um elevador no CentoeQuatro, por exemplo. Mas, a princípio, a gestão será realizada com recursos públicos, federais e do município”, detalha o presidente da FMC, Leônidas de Oliveira.

Enquanto isso, alguns locais já passam por reforma para receber o novo circuito. É o caso do viaduto Santa Tereza, em obras desde o início do ano, e da antiga Hospedaria, na rua Aarão Reis, que, após restaurada, se transformará na sede da Escola Livre de Artes.

O produtor cultural Victor Diniz classifica como pertinentes os objetivos da zona cultural e acredita que, com os novos esforços, a região será melhor utilizada. “Aquela é uma área muito ampla, onde já existem uma série de aparelhos culturais, sejam centros ou espaços, como o viaduto. O objetivo é ótimo e legítimo e vai incentivar as manifestações que já existem por ali”, diz.

Um decreto publicado há um mês, no Diário Oficial do Município (DOM), instituiu a Zona Cultural da Praça da Estação. De acordo com Leônidas de Oliveira, a palavra “zona” foi empregada justamente para manter o sentido e a exploração mais popular do espaço.

Confira o mapa:
 

 

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