Novos radares da BR-040 inoperantes até junho

Renato Fonseca
rfonseca@hojeemdia.com.br
22/04/2016 às 19:47.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:04
 (Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

Pelo menos mais 40 dias de espera. Essa é a previsão mais otimista para que os 20 novos radares instalados na BR-040, no trecho privatizado entre a capital mineira e Brasília, comecem a operar.

Há exatamente um ano, os aparelhos foram instalados, sendo dez deles no Anel Rodoviário de BH. Porém, passados 12 meses, nenhuma multa foi aplicada.

Responsável pela rodovia, a Via 040 informou que cumpriu os prazos estabelecidos no contrato de concessão, mas que o funcionamento demanda autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Já a ANTT informou que “os estudos ainda não foram aprovados pelo DPRF” (Departamento de Polícia Rodoviária Federal), o que deve ocorrer somente “a partir de junho”.

Além do Anel Rodoviário, os novos radares, que poderiam ajudar a reduzir acidentes, foram implantados em locais de grande circulação de veículos e considerados perigosos.

No território mineiro estão no bairro Califórnia, na região Noroeste de Belo Horizonte, e em Contagem, na região metropolitana. Também há dispositivos inoperantes no Distrito Federal e Luziânia, em Goiás.

Alheios ao imbróglio burocrático que se arrasta entre os órgãos públicos, condutores cometem abusos diários nos pontos sem a fiscalização eletrônica.

No Anel, a velocidade máxima é de 60 km/h para veículos de carga e de 70 km/h ou 80 km/h para carros de passeio, dependendo do trecho. Alguns foram instalados na descida do bairro Olhos D’Água (sentido Vitória), um dos pontos mais críticos da rodovia.

“Os motoristas, principalmente os de caminhões, passam por aqui em alta velocidade. É um perigo. Somente com radar para acabar com essa farra”, disse o engenheiro Felipe Camargos, de 35 anos, morador do bairro Buritis, na zona Oeste da capital.

A maioria dos aparelhos está coberta por uma lona presa com fita adesiva e exposta à deterioração. Para alguns condutores, a medida favorece o risco de colisões.

“Alguns (motoristas) sabem que o radar está desligado por causa do plástico e aceleram. Já outros, desconhecem a situação e diminuem. Várias freadas acontecem”, conta João Geraldo Gomes, que trabalha no bairro Califórnia, onde três equipamentos seguem desligados.

Para o capitão Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar, os aparelhos são necessários. “Todo e qualquer mecanismo que, devidamente aferido pelas organizações constituídas, estiver em favor da vida é sempre uma medida e uma alternativa bem-vinda”, afirma. Segundo ele, os radares têm um caráter educativo e repressivo e podem salvar vidas.

O Anel Rodoviário de Belo Horizonte tem 26 quilômetros de extensão. Os novos radares instalados pela Via 040 estão concentrados em um trecho de dez quilômetros, entre os bairros Olhos D'Água e Califórnia

A reportagem entrou em contato com a PRF. A assessoria de imprensa do órgão em Minas informou que apenas o departamento de Brasília poderia se pronunciar sobre o caso. A corporação do Distrito Federal não atendeu aos telefonemas nem respondeu a um e-mail enviado.

No bolso

Caso os radares estivessem em operação, o motorista que insiste em pisar no acelerador poderia ser flagrado em até três infrações de trânsito. A mais branda seria a média, para quem excede em até 20% a velocidade permitida.

As outras são a grave (entre 20% e 50%) e gravíssima (mais de 50%). As multas variam de R$ 85,13 a R$ 574,62.

  

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