O Centro que BH merece ter

Raquel Ramos/Hoje em Dia
27/07/2014 às 08:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:32
 (SAMUEL COSTA)

(SAMUEL COSTA)

Um lugar sem sujeira, com calçadas conservadas, praças bem cuidadas e atendido por um transporte público eficiente. Pode parecer utópico, mas esse é o Centro de Belo Horizonte que especialistas vislumbram para um futuro distante. Um cenário que depende não somente de iniciativas governamentais, mas também do compromisso da própria população.   Nesta última reportagem da série que mostra os problemas que afligem a área mais movimentada da capital, o Hoje em Dia mostra ideias que, se adotadas, contribuiriam para agregar à região todas as melhorias que ela merece.   Os espelhos são Berlim, Barcelona, Zurique e Bogotá, cidades que apostaram em audaciosos projetos urbanísticos que devolveram aos seus centros a vitalidade e a beleza perdida ao longo do tempo.   O grande acerto, na opinião de Leonardo Castriota, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMG, foi tomar medidas que favoreceram os moradores. “A cidade tem que ser pensada para o cidadão. Ele é mais importante que automóveis ou empresas”.   Para alcançar esse ideal, as intervenções nas calçadas devem estar na lista de prioridades, afirma. Espaçosas, acessíveis e com locais adequados para quem deseja se sentar, já garantiriam ao pedestre mais qualidade de vida.   A recuperação de prédios históricos também traria uma mudança significativa na paisagem. Nesse ponto, o acervo arquitetônico do Centro de BH já é um ponto a favor. “Temos construções de diversos estilos, como eclético, Art Déco e moderno. Mas a beleza não fica evidente quando também há degradação”, diz o professor.   Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-MG), Rose Guedes cita investimentos em praças da região como outra demanda urgente da capital. A Rio Branco, por exemplo, em frente à Rodoviária, é um dos lugares mais maltratados de BH, na avaliação da especialista.   “Hoje, o Centro é apenas um lugar de passagem. Precisamos criar um espaço onde as pessoas queiram ficar. É importante que moradores criem vínculos com a região, sintam-se parte do lugar e ajudem a cuidar e a preservar a área”, explica.   Plano Integrado   Nos últimos anos, lembra Leonardo Castriota, ações pontuais até chegaram a ser realizadas no Centro de Belo Horizonte. No entanto, iniciativas isoladas não surtem o efeito que a cidade precisa. Para ele, falta um plano integrado, com propostas que englobem não apenas o aspecto urbano, mas também o trânsito, o patrimônio e a economia da região.   “Em cada projeto, é necessário envolver moradores e comerciantes, que são os principais agentes e grandes conhecedores da área. Quando as medidas vêm de cima para baixo, a população não as valoriza e não as mantêm”.

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